O Botafogo anunciava, há uma semana, a demissão do português Bruno Lage e a entrada, de forma interina, da dupla Lucio Flavio e Joel Carli para comandar a equipe nas partidas seguintes do Brasileirão. De lá para cá, tudo aconteceu como os jogadores esperavam. Afinal, o clima no dia a dia se encheu de confiança novamente e o resultado, em campo, também foi positivo, após quatro partidas de jejum. Além da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, no Maracanã, o time resgatou o estilo e a identidade que deu bastante certo no primeiro turno.

A nova comissão técnica fez o simples, ou o “arroz com feijão”, como definiu o lateral e capitão Marçal. Em outras palavras, recolocou as peças em suas posições originais. Assim, o Alvinegro voltou a ser mais agressivo e vertical com a bola nos pés e compacto na recomposição na defesa, sem a exposição da pressão da marcação alta cobrada por Lage. Isso melhorou, aliás, o desempenho pessoal de vários atletas.

Casos de Di Plácido, que ganhou 10 dos 12 disputas de bola e teve boa atuação após ter sido barrado pelo ex-técnico, e de Marlon Freitas, que voltou a ter o apoio de Tchê Tchê tanto na proteção à zaga quanto na distribuição do jogo. Além, é claro, de Tiquinho Soares, que também ficou fora dos onze titulares contra o Goiás, na semana passada, e retomou sua vaga como centroavante marcando mais um belo gol.

Lucio Flavio e Carli trocam ideias durante a vitória no Maracanã – Foto: Vitor Silva/Botafogo

Motivação com palavras certas

Para o técnico Lucio Flavio, o mérito do triunfo no clássico foi do elenco. No entanto, ele parece ter usado as palavras certas de motivação, tanto na preleção, exibida pela BotafogoTV, quanto na coletiva após os 90 minutos. Com isso, passou mais confiança e os deixou à vontade para debater a melhor forma de jogar, que é semelhante à que o ex-meia pensa o futebol.

“Aconteceu uma mudança. E o que acredito de ter vindo para um jogo como esse é especialmente a necessidade de ter um resultado positivo com vitória. Passamos por um período em que tivemos as derrotas e por último o empate. O grupo nunca deixou de acreditar no que levou eles a serem os líderes desde o início do Brasileiro. Só tenho a parabenizar o elenco”, enalteceu Lucio.

Para o atacante Júnior Santos, a palavra “identidade” foi o caminho para explicar a mudança. O próprio jogador, aliás, foi mais um a voltar a jogar bem e até marcar um gols da equipe, algo que não acontecia há cinco meses.

“A gente tem uma identidade. Conseguimos colocar isso em campo. Foi difícil para o Bruno Lage, que chegou no meio do campeonato, pegar isso. O Carli já treinava (com a gente, ainda quando jogador), já conhecia a gente. Tanto pra ele, quanto para o Lucio, que pegaram aquele início de trabalho, conseguiram colocar isso (o jeito) e deu certo”, crê Júnior Santos.

Para manter a boa fase, o Botafogo se prepara para visitar o América-MG, no próximo dia 19, no Independência, pela 27ª rodada do Brasileirão. Com nove pontos de vantagem sobre o vice-líder Red Bull Bragantino, a conquista do título pode ficar ainda mais próxima em caso de vitória.

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