O Flamengo fez 2 a 1 no tapetinho. É sempre interessante ver o Botafogo derrotado. Mas, na prática, nada de muito diferente, pois o Brasileiro está perdido, e Jorge Sampaoli, graças a Bruno Henrique, e seu futebol espetacular, continua no cargo. O clube da Gávea não ganhará nada com este sujeito como técnico. Vamos reafirmar: só ganhará a Copa do Brasil, o que resta em 2023, se o argentino for demitido. E o Gabriel no banco por quase 100 minutos? O cara que decidiu três Libertadores não entra em campo. Lamentável.

Um jogo de objetivos distintos. Para o Botafogo, conquistar o Brasileiro com rodadas de antecedência, o que é perfeitamente possível. Para o Flamengo, conseguir vaga em competição continental, e com a quantidade de pontos que ainda vai perder, provavelmente a Sul-Americana, que é aquela competição de muita comemoração para os outros, caso algum deles seja o campeão, e que não vale nada para o Rubro-Negro, na visão dos detratores, quando são derrotados. Além disso, uma rivalidade de pouco mais de um século, cujo valor é de pouca noção para os atletas e para os mais jovens.

Bruno Henrique celebra o gol, que define a vitória do Flamengo  – Foto: David Normando/Getty Images

Flamengo e o gol-relâmpago

O Flamengo fez 1 a 0 com um minuto. Wesley cruzou rasteiro e Marlon Freitas empurrou para dentro. O Botafogo passou a pressionar o adversário, que não via mais a cor da bola, tanto que aos 18, Victor Sá limpou a área e bateu à esquerda: 1 a 1. O time da casa, excessivamente empolgado, começou a errar, e o visitante, de maior experiência, tentou tornar o duelo mais cadenciado, para aproveitar o momento. No entanto, não conseguiu fazê-lo, pois o Alvinegro, que na prática não tem nada a perder, mudou repentinamente a estratégia, e preferiu recuar para buscar os contra-ataques. Com meia hora, há um equilíbrio, pois a equipe de Bruno Lage percebeu que não necessitava da correria, e o Flamengo, mesmo forçando o setor esquerdo, onde Bruno Henrique levava vantagem, não encontrou o caminho do gol, pecando no último passe.

Veja aqui as atuações do Flamengo contra o Botafogo

Na realidade, a partida está aberta, e de tal forma que Tiquinho Soares, em cochilo da zaga contrária, completou sobra e Fabrício Bruno evitou o segundo gol próximo da linha. A partir dos 44, a arbitragem começou a distribuir cartões, o primeiro para Ayrton Lucas, e o seguinte para Bruno Henrique, que foi várias vezes derrubado, mas acabou sendo punido ao praticar uma única infração. Nos acréscimos, ele, Bruno Henrique buscou o ângulo direito, e Lucas Perri mandou para escanteio. O primeiro tempo terminou igual. Na etapa derradeira, o Botafogo precisará evitar a afobação e o Rubro-Negro – com 10 em campo, pois Vitor Hugo não joga nada e atrapalha muito – de menos firula e maior objetividade.

Ainda bem que existe Bruno Henrique

Os times voltaram sem substituições. Aos dois minutos, Bruno Henrique marcou, mas estava em posição irregular. O Flamengo tentou prender a bola, para articular novamente algo positivo, mas há uma carência no meio, pois se Vitor Hugo é uma praga, Allan, uma das invenções que desembarcaram na Gávea em 2023, também não colaborava. Mais um talento no setor, e apesar de Jorge Sampaoli, e de seus protegidos, o visitante parece maios disposto. Bruno Lage notou e fez três mudanças aos 11, lançando Tchê Tchê, Luiz Henrique e Diego Costa para ampliar a velocidade nas saídas em velocidade. Não seria um exagero afirmar que o Botafogo tem situação confortável, pois tem o título quase nas mãos, e um revés não provocará crise. Pois a coisa vai caminhando, e como Sampaoli é uma negatividade em todos os sentidos, não tenta – e nem sabe – promover alterações para ganhar.

Aos 22, o Flamengo enfim trocou Vitor Hugo por Éverton Ribeiro e passou a ter 11 jogadores. Uma luz no fim do túnel. Quando o fez, o Botafogo imediatamente adiantou o time, com o objetivo de pressionar. Ainda faltava sacar Allan, uma espécie de trava. É fato, porém, que Sampaoli tem muito mais sorte que competência. E Bruno Henrique em dia inspirado. O cara, que vale por 11 destes bondes já citados, voltou a brilhar, mandando a bola colocada à esquerda de Lucas Perri: 2 a 1.

Tirar Bruno Henrique, Sampaoli

Zangado com o gol, Sampaoli castigou Bruno Henrique, e a torcida, substituindo o craque. Para disfarçar, tirou o trágico Allan, uma espécie de Delacir dos dias atuais, restando esperar que o rosarino não mandasse o time recuar. Nada definido. Sob os gritos do público, e com muito tempo para tal, o Botafogo será obrigado a atacar. Como previsto, o andarilho porteño sacou Gérson e pôs mais um zagueiro, David Luiz, convocando o adversário a empatar. Virou grande contra pequeno. O Flamengo encolhido. Até Lucas Perri é centroavante. Mas não foi suficiente. Bruno Henrique 2 a 1.

A propósito: o que é Everton Cebolinha? Quem puder, responda. Ninguém ousará.

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