Athletico e Flamengo decidem vaga para a semifinal da Copa do Brasil nesta quarta-feira (17), às 21h30, na Arena da Baixada. Esse jogo será especial para o ex-volante Douglas Silva, campeão pelos dois Rubro-Negros. Para Douglas, o sentimento por esses clubes ultrapassam as quatro linhas do campo. A relação de gratidão é tão grande que o ex-jogador, atual auxiliar técnico do Bangu, decidiu eternizar na pele Athletico e Flamengo.
Douglas Silva tem tatuado os símbolos dos dois clubes, um ao lado do outro, no peito. Em entrevista ao Jogada10, o ex-jogador falou sobre os seus sentimentos com o Furacão e o Mais Querido. Além disso, explicou como chegou nos rubro-negros.
“Essas duas tatuagens, sempre que olho, lembro o quanto valeu a pena jogar nesses clubes. Fiquei muito tempo no Athletico. Foi o clube que me projetou para o futebol nacional. Certamente, o conhecimento no mundo do futebol veio através do Athletico. Sou cria do Bangu, onde comecei. Com 17 anos estreei no profissional e fiquei no clube carioca até os 20 anos. Fiz bons jogos, com boas participações nos campeonatos e, posteriormente, fui negociado ao Athletico. Aí começa a minha carreira nacionalmente. No Furacão, conquistei o Brasileiro de 2001, o mais importante da época, além do bi-paranaense. Aliás, foi o Athletico que me deu a oportunidade de realizar o sonho de jogar no Flamengo e no Maracanã”, explicou Douglas Silva.
Torcedor do Flamengo
“Sou flamenguista desde pequeno. Cheguei ao Flamengo na fase final do estadual de 2004. Consegui a titularidade e fui campeão carioca pelo Mais Querido, com o Maracanã lotado. Isso é uma coisa que não tem preço. Falo os meus atletas da minha escolinha e da base do Bangu: quando você chega em clubes do nível de Flamengo e Athletico, além de ficar realizado, fica marcado para o resto da vida. Então as tatuagens fiz em forma de gratidão, por tudo que recebi desses dois clubes”, completou.
Além de Athletico e Flamengo, Douglas Silva também tem passagens por Grêmio, Sport, Criciúma e Avaí. No Rio de Janeiro, além de Bangu e do próprio Flamengo, o ex-volante vestiu as camisas de Olaria, Portuguesa e Bonsucesso.
Expectativa para a decisão desta quarta-feira
Em resumo, para Douglas Silva, o jogo desta quarta-feira deve repetir o cenário do jogo de ida, com o Flamengo pressionando e o Athletico buscando as jogadas de contra-ataques.
“A minha expectativa é de um bom jogo, em um estádio que estará lotado. Muita adrenalina e uma energia muito forte por parte da torcida do Athletico. Creio que o Furacão irá jogar do mesmo jeito que jogou no Maracanã, sobretudo defendendo bastante. Irá buscar chegar no gol do Flamengo pelos contra-ataques. Será um bom jogo. Eu e meu filho brincamos de chutar o placar dos jogos (risos). Ainda estamos criando o desse jogo. Enfim, estamos ansiosos para essa partida”, afirmou o ex-jogador.
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Elogios para Vidal e Fernandinho
Em síntese, um volante de ofício, Douglas Silva rasgou elogios a dois jogadores, desta posição, que estarão em campo nesta quarta-feira: Vidal e Fernandinho. Assim, o ex-jogador ressaltou a importância da vinda do chileno para o futebol brasileiro. Além disso, falou de sua relação com Fernandinho, cria do Athletico.
“Esses dois jogadores são de muita qualidade. O Vidal, por todos os clubes que passou, sempre foi titular, conquistando títulos. Hoje, no Flamengo, ele demonstra que o futebol brasileiro está subindo de nível muito rápido”, falou sobre Vidal.
“Já o Fernandinho vi crescer no Athletico. Em primeiro lugar, quando cheguei em 2001, ele já era destaque dos juniores. No profissional, fiz alguns jogos com ele, entre 2002 e 2003. O Fernandinho é muito versátil. Ele jogava de lateral-direito, volante e chegou a jogar de meia. Tanto que no Athletico ele jogou com a número 2, depois com a 7, 5 e chegou a vestir a 10. Tenho um carinho enorme por ele. Fiquei muito feliz quando foi para o Manchester City, para a Copa do Mundo. Faz tempo que não nos falamos. Então, são dois jogadores que dispensam comentários sobre qualidade. A história da carreira de ambos mostram isso. É um confronto muito bom na posição.”
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Você frequenta a Arena da Baixada e o Maracanã?
“Fui muito bem recebido, recentemente, na Arena da Baixada, e frequento o Maracanã com um grupo de flamenguistas do meu bairro. Estou sempre na torcida para que os dois times fiquem no topo. Tenho gratidão eterna aos Athletico e ao Flamengo. Além disso, também sou muito grato ao Bangu, por me projetar para esses dois clubes.”
O que você vem achando dos trabalhos de Dorival Júnior e Felipão?
“Eu nunca a tive a oportunidade de trabalhar com eles. Mas o Felipão já conhecemos há muito tempo. A trajetória dele nos anos 90, com Criciúma, Palmeiras, Grêmio e seleções, dispensa comentários. Tem que ter muito respeito pelo treinador que ele é. Sabemos que ele tem o estilo de jogo muito diferente comparado com os dos outros times. Na minha opinião, a parte tática das equipes do Felipão e do Dorival são muito diferentes.”
“Dorival gosta de sair jogando com a bola. O Flamengo tem a posse na parte defensiva para usar a velocidade do Gabigol, também utilizando o Pedro para segurar a bola como pivô. Assim, vejo o Felipão muito bom na parte defensiva, usando o contra-ataque, os jogadores rápidos do Furacão. Já o Dorival, utiliza muito a posse de bola, tocando bastante, utilizado a qualidade do meio-campo para frente, com Everton Ribeiro, Arrascaeta e os atacantes.”
Acredita que o Flamengo conquistará algum título este ano?
“O time vem chegando nas semifinais, finais. Com o elenco que tem, estrutura, tem a possibilidade de brigar pelos títulos. Acredito que na final da Libertadores o Flamengo consegue chegar. Dependendo do jogo com o Athletico, que acho até mesmo que pode ser decidido nos pênaltis, também pode ir para a final. No Brasileirão, para alcançar o Palmeiras, será difícil. O Verdão uma gordura muito grande. Mas, não se pode duvidar do Flamengo, principalmente jogando no Maracanã. Os jogadores que estão no clube sabem da importância que a torcida tem quando se trata de fase final. Então, acredito que sim.”
E o Athletico, acha que leva alguma taça para a Arena da Baixada?
“Eu não sei qual é o pensamento do Felipão, em qual campeonato ele está dando mais importância. Mas, foi demonstrado no jogo na Argentina, pela Libertadores, com o gol do Vitor Roque, que o time está vivo, que tem condições de chegar na final. No Brasileirão acho difícil chegar na disputa. Já na Copa do Brasil, espero um excelente jogo com o Flamengo e, talvez, consiga a classificação. Aliás, depende do elenco e do pensamento do clube, em qual campeonato irá focar mais: Copa do Brasil ou Libertadores. Em um desses acredito que pode sim.”
Continua trabalhando com o futebol?
“Hoje trabalho com a minha escolinha aqui no bairro de Padre Miguel (Rio de Janeiro), com crianças de cinco a 15 anos. Além disso, continuo exercendo a função de auxiliar técnico do Bangu. No Campeonato Carioca, fui auxiliar do Felipe (ex-Vasco e Flamengo). Tive uma passagem curta como treinador do Sub-20. Posteriormente, fui convidado para ser auxiliar do profissional, com o técnico Matheus Curopos. Semana que vem disputaremos a Copa Rio.”
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