Mesmo com o Brasil batendo recorde em mortes pela Covid-19, a CBF defende a continuidade dos campeonatos nacionais. Em transmissão ao vivo no canal da entidade no YouTube, o secretário-geral Walter Feldman apresentou um relatório, mostrando que o protocolo de combate do novo coronavírus  é bem-sucedido.

O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, defende realização de jogos na pandemia

“A aplicação do protocolo sanitário, com a convicção ainda mais forte que nós já tínhamos no ponto de vista teórico, em agosto, quando retomamos. Mas agora com convicção da aplicação na prática. O futebol é seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar”, garantiu Walter Feldman.

Mandetta: ‘Esporte não é uma ilha’

O Brasil vive o seu pior momento na pandemia com 1.954 mortes nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, já somam 268.568 vidas perdidas pela Covid-19. Na semana passada, em entrevista ao “Jogada10”, o ex-ministro da Saúde Luiz Felipe Mandetta afirmou que “o esporte não é uma ilha” e previu que o número de perdas para o novo coronavírus bateria duas mil por dia e que a situação, que já é grave no Norte, no Nordeste e no Sul, vai piorar no Sudeste.  Diante deste quadro, o técnico do América-MG Lisca pediu a paralisação da Copa do Brasil. Ele alega que as viagens aéreas para as disputas das partidas favorecem o contágio.

O  coordenador médico da CBF, Jorge Pagura, explicou como foi montado o protocolo de combate à Covid-19:

“Eu gostaria de dizer como funcionou o protocolo. Tivemos a honra de comandar uma comissão técnica que consta com o maior número de especialistas no nosso país. Colocamos médicos que já tinham experiência muito grande no futebol para que fizessem a interface com os nossos médicos e todos os clubes, que foram ouvidos antes do protocolo”,  afirmou ele.

Segundo Pagura, de agosto até o fim da temporada 2020, 367 equipes estiveram envolvidas em competições da CBF em 20 campeonatos. Foram 2.423 partidas ao todo e realizados 89.052 testes PCR em pessoas envolvidas nas partidas. Desses, 13.237 eram jogadores. Ele garantiu que nenhum atleta entrou em campo sem ser testado.

“Trabalhamos em conjunto para que a gente pudesse realizar nossa atividade. Somos médicos, treinados para salvar e não há nada mais importante que a vida. Reconhecemos também o problema social como perda de empregos. Tentamos unir preservação da saúde de qualquer maneira e tentar elaborar um protocolo que preenchesse alguns preceitos. Primeiro, segurança de todos; segundo,  controlabilidade; terceiro, manutenção das atividades. Isso norteou o nosso trabalho”, sustentou Pagura.

Mudança no protocolo

Mesmo assim, a CBF anunciou mudanças no protocolo. Agora, haverá testes RT-PCR em média 72 horas antes de cada partida para atletas e comissão técnica. O mesmo teste será feito após 72 horas do retorno da delegação nas rodadas como visitantes, caso o intervalo para a partida seguinte exceder cinco dias. Além disso, é obrigatória a notificação de casos positivos Comissão Médica Especial da CBF.

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