Filha mais velha de Diego Armando Maradona, a atriz Dalma Maradona concedeu uma impactante entrevista para a ‘Crónica TV’. Afinal, o tema foi a luta de seu pai contra a dependência química. A entrevista faz parte da série “Seres Libres”, produzida pelo canal, sobre pessoas com problemas semelhantes. A série está na terceira temporada.

Em alguns momentos, Dalma se emocionou em falar abertamente de episódios em que ela ainda era muito pequena. Afinal, desde cedo a menina já estava exposta ao problema que debilitou a saúde do ídolo argentino, especialmente nos últimos anos de vida.

Diego Maradona e sua filha, Dalma – Reprodução/Instagram

“Uma vez ele estava no banheiro, consumindo (drogas), e eu tinha três ou quatro anos. Fiquei batendo na porta até que ele deixasse tudo para sair e falar comigo. Ele dizia: ‘Você me salvava desta maneira’. Sem saber o que ele estava fazendo, até que ele falasse comigo, eu não saía dali”, afirmou Dalma.

A filha de Maradona contou também um outro episódio, em que Maradona participou de campanha contra as drogas. Dessa forma, o ídolo revelava o começo de sua dependência química e a convivência com os entorpecentes:

“Eu era muito pequena, tinha seis ou sete anos, perguntei aos meus pais se eu podia ver a entrevista, minha mãe disse que não, que não era para mim. Mas meu pai disse que sim, que iria sair em todos os lugares, que eu poderia perfeitamente estar com ele ali.”

Proteção da imagem pública

Dalma disse, também, que sempre carregou uma mistura de julgamento e instinto de proteção. Assim, ela acha que pode ter ‘pesado a mão’ em certos momentos:

“Eu o critiquei mais que o necessário. Me dei conta disso fazendo a minha peça de teatro. Não me lembro de nenhuma vez em que ele não tenha ido a um aniversário meu, por exemplo. Ele me dizia: ‘Dalma é a que me acomoda, a que me xinga, ela me olha e sei que preciso estar bem'”, lembra Dalma.

A filha de Maradona ressaltou que, com o passar do tempo, foi moldando uma visão sobre seu pai e defendendo a sua imagem pública.

“Sinto muitas vezes que foi este meu papel com ele. Eu o defendi muito e sigo fazendo isso. Com seus erros e suas falhas, a cada dia o admiro mais. Que ninguém venha criticá-lo. Quando ele esteve internado e disseram que ele estava morto, eu tinha 15 anos e disse que era mentira. Aí, assumi um papel e disse a ele que Gianinna precisava dele.”

Diego Maradona e sua filha, Dalma – Juan Mabromata/AFP via Getty Images

Saída contra o vício

No trecho final da entrevista, Dalma Maradona garantiu que não alimenta qualquer arrependimento. Além disso, ela reforçou sua crença de que, apesar da imensa dificuldade, é possível obter a sobriedade:

“Nunca trocaria de pai, mesmo com tudo o que me implicou ser sua filha. Não acho que ele mudaria alguma coisa em ser quem foi, as coisas que aconteceram, inclusive a droga, sabendo que pode se sair, com muito amor e esforço, de verdade, eu o vi lutar com tudo o que tinha. Se há uma criança de seis, sete, oito anos, batendo na porta de um banheiro, com seu pai aí dentro, eu diria a ela: ‘Fique aí e bata na porta porque isso que você está fazendo serve para ajudá-lo, para melhorá-lo. Se você pode ajudar outra pessoa, faça isso, como tentei fazer.”

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