A posição do Cuiabá na tabela do Brasileiro ficou devidamente explicada pela derrota, absolutamente conformada, de 2 a 1 para o “alternativo” do Flamengo, em típico espetáculo de pão e circo para o povo do pantanal. O fato real é que a estratégia suicida de poupar titulares está sendo mantida, e a exemplo do ano passado, quando insistiu com o equívoco, o Flamengo perderá a Copa do Brasil no primeiro jogo, quarta-feira que vem, em São Paulo. Hoje, no banco, o elenco medíocre do Sub-17, que na semana passada foi eliminado pelo Fortaleza, na Gávea, na primeira fase do Brasileiro da categoria. Dessa você não sabia. O Corinthians construirá placar suficiente em Itaquera para jogar tranqüilo na volta, no Maracanã.

Matheus França celebra o primeiro gol do Flamengo – Gilvan de Souza / Flamengo

O Cuiabá começou cauteloso, com receio do adversário, e o Flamengo sem capacidade para ameaçar. As bolas escaladas fizeram um trabalho psicológico para evitar a depressão. E é claro, nada aconteceu. Pobre do editor que seleciona os melhores momentos para o intervalo. Dormia a sono solto quando foi avisado que estava de executar a tarefa. Assim, o time de Mato Grosso reza para continuar na Série A. E o do Rio vive clima de fim de feira. Assim,  até o fim do mês estarão todos, na Gávea, praticamente de férias.

O Segundo tempo

No intervalo, o tal editor, em desespero, entrou no circuito, e solicitou, de joelhos, um pouquinho só de emoção. Flamengo e Cuiabá voltaram tentando tornar a obrigação mais animada. Mateusão, uma espécie de Édson Trombada do novo século, deu lugar a Matheus França II. Aos 10 minutos, ou seja, quase uma hora de jogo, Deyverson notou que Andreas Pereira não estava em campo, e resolveu bancar a festa sozinho, ao cabecear para grande defesa de Santos. O time do MT ficou animado e ofereceu espaço em excesso para o carioca. Mas aos 13 minutos, ele, o II, sob o travessão, fez 1 a 0. Aos 18, Kelvin Osório empurrou Marinho, no pênalti que o atacante cobrou para ampliar: 2 a 0. O Cuiabá, em frangalhos, jogou a toalha, e providenciou as últimas trocas. Como disse Noel Rosa, “onde um passa fome, dois podem passar também”.

Como o circo repentinamente ficou animado, os times desperdiçaram chances criadas ao acaso, e o Cuiabá ainda conseguiu diminuir, com Rafael Gava nos acréscimos, placar de bom tamanho, talvez até exagerado pelo baixo nível.

Sete competições

Vocês sabem qual foi o último título que o Rubro-Negro conquistou? O Estadual de 2021. Faz 16 meses. Ou seja, quase um ano e meio. No período, deixou de ganhar o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Libertadores, em 2021, mais a Supercopa do Brasil, a Taça Guanabara, o Estadual e o Brasileiro, em 2022. Dessa forma, sete competições. O problema é que o conceito do Flamengo, ou de quase todos que têm algum cargo no clube, notadamente a imensa quantidade de teóricos ou ignorantes do assunto, é igual. Replay: se não tivesse adotado essa estratégia estúpida estaria brigando pelo título brasileiro. E pelas copas. E tome “alternativo”.

Logo, não seria absurdo dizer que o futebol está perdendo a graça, pois o insuportável esquema dos alternativos continuará em 2023, e o Flamengo só voltará a ser campeão, em algum momento, pela grandeza de sua história, como ocorreu em temporadas terríveis dos seus 127 anos de vida.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

Comentários