Em março de 2020, todos os campeonatos estaduais, nacionais e internacionais já estavam paralisados diante da ameaça global do novo coronavírus. Em maio, Coreia do Sul e Alemanha saíram na frente e puxaram a fila da retomada do esporte, com seus rígidos protocolos e testagens constantes. Da América do Sul à Oceania, a bola não parou de rolar até a semana passada, quando os primeiros jogos no Brasil começaram a ser suspensos. Nos últimos dias, Minas Gerais e São Paulo anunciaram uma nova paralisação.

Aos poucos, o Brasil retorna à estaca zero enquanto os países que levaram a pandemia a sério discutem como será a presença de público aos estádios. O Reino Unido, por exemplo, estuda aplicar um “certificado Covid” para salvar a indústria do entretenimento e trata como “inevitável” o ingresso dos torcedores durante o verão europeu. Na Terra Papagalli, recordista em número de mortos por dia, cogitar esta possibilidade é sinônimo de fanfarronice, torpeza e descolamento da realidade.

A vida também começa a, paulatinamente, voltar ao normal nos locais onde a população é vacinada com rapidez. Nos Estados Unidos, jogadores imunizados da NBA não usam mais máscaras, podendo interagir com familiares e frequentar locais públicos. Bem diferente do craque tupiniquim que não cumpre o isolamento social, vai a uma balada, se aglomera ou visita um cassino.

Lamentavelmente, no país pentacampeão, quem deveria estar empenhado em salvar vidas cruzou os braços em uma negligência criminosa, ignorou a ciência e partiu para o curandeirismo. Não há protocolo que dê conta diante de um quadro tão devastador no qual mais de dois mil brasileiros, abandonados à própria sorte, perdem a vida a cada 24 horas.

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