Um dos jogadores apontados com um dos envolvidos na manipulação de resultados na Série B, o volante Romário admitiu que recebeu dinheiro no esquema de apostas. Em entrevista ao “GE”, o ex-Vila Nova disse que não cometeu infrações nas partidas. No entanto, confessou ter passado o contato de outros jogadores para os aliciadores.

“Meu erro foi ter aceitado o dinheiro deles. A todo momento eu falava para eles que não iria fazer, até porque eu não poderia jogar. Continuaram insistindo e mandaram eu passar contatos de outros jogadores do Vila. Essa foi minha participação”, disse Romário ao “GE”.

Romário estava no Vila Nova na época em que foi procurado pelo apostador – Roberto Corrêa/Vila Nova

Este outro atleta que Romário passou o contato seria Gabriel Domingos. O volante teria intermediado o número de Domingo para o empresário Bruno Lopez de Moura. Aliás, o apostador chegou a ser preso na operação “Penalidade Máxima”, em fevereiro, mas foi solto cinco dias depois por um habeas corpus. Segundo Romário, Gabriel Domingos estava ciente do esquema.

“Eu não recebi os R$ 10 mil. Ele (Bruno) antecipou R$ 10 mil, mas R$ 5 mil ficaram para mim e R$ 5 mil foram para o Domingos”, disse o volante.

Confira outros trechos da entrevista de Romário sobre o esquema

Como os apostadores chegaram até você?

– Eu tinha um parceiro, de São Paulo, que eu comprava roupa dele. Esse parceiro conhecia o Bruno. O Bruno chegou até mim por meio dele. Um dia ele me ligou à noite falando disso (cometer pênalti). Eu falei que não iria fazer. No outro dia, apareceu o Bruno. Eu passei o número de outro jogador do Vila, que era o Domingos. Não sei o que os dois conversaram. Recebi uma parte só por ter passado o contato para ele.

Te explicaram como funcionava o esquema?

– Sim, ele (Bruno) chegou a me mostrar vídeo de outros atletas fazendo. Só que hora nenhuma eu aceitei fazer isso. Sempre falei que não iria fazer, tanto é que eu não poderia jogar. Eles já sabiam que eu não podia jogar. Meu erro foi passar o contato de jogadores do Vila para ele.

Você tentou convencer o Domingos a fazer pênalti?

– Não. Eu tentei convencer outros jogadores quando o Domingos falou que não iria fazer mais. Porque eu ficava recebendo ameaça do Bruno. Ele ficava falando que se não acontecesse o pênalti ele iria fazer coisa e acabar com a minha carreira. Aí tentei convencer outros jogadores, mas hora nenhuma quis prejudicar o time.

Fizeram ameaças? Quais?

– Sim. Falaram que se não acontecesse o pênalti, eles iriam vir cobrar. Depois que passou o jogo continuaram falando que mandariam gente aqui em Goiânia para fazer alguma coisa comigo. Tive que ir para o interior por causa disso.

Você se arrepende?

– Sim, bastante. Era para eu estar no Vila até hoje.

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