O Flamengo, que havia mostrado lampejos de 2019 na vitória sobre o Palmeiras, voltou a ser um time comum, sem muita noção de como vencer, e acabou sendo derrotado pelo Athletico-PR, 2 a 1 em Curitiba, repetindo o desempenho ridículo de 2020, perturbado por trocas equivocadas de treinadores e interesses que vão além do campo. Dinheiro de menos é uma desgraça e demais atrapalha.

Desde que a rolou ficou evidente que o objetivo do Athletico era dar campo para o Flamengo ter a posse da bola, para surpreendê-lo em contra-ataques sempre bem organizados, e em alta velocidade. E foi assim que o time paranaense criou pelo menos três oportunidades, duas com arremessos de Carlos Eduardo e Renato Kayzer, para defesas de Hugo Souza, e outra em cruzamento perfeito de Nikão para Abner, que abriu o placar.

O curioso é que a equipe carioca não tomou nenhuma providência para impedir a tal estratégia, e pior, não mostrou nenhuma para chegar ao gol adversário. O Flamengo, que depende da habilidade dos três bons jogadores que possui – Diego, Gérson e Arrascaeta – teve a felicidade de empatar em uma falta, cobrada pelo uruguaio e concluída com a cabeçada de Gustavo Henrique.

Na realidade, quem vê futebol teria trocado pelo menos um dos que não estavam jogando nada – Éverton Ribeiro e Vitinho – para tornar o Flamengo criativo. E, no entanto, isso não ocorreu. Na prática, o Athletico diminuiu a correria, e priorizou a marcação, deixando que a equipe carioca continuasse sem opção. Aos 26 minutos, Rogério Ceni, enfim, trocou Éverton Ribeiro e Gabriel respectivamente por Pepê e Pedro, mas a equipe carioca, embora mais próximo da área adversária, seguiu apostando no acaso, levantando bolas, facilitando o trabalho da zaga.

Quando o Flamengo, apesar de tudo, dava até a impressão de que poderia vencer, pelo volume de jogo, tomou um gol de Renato Kayzer em um dos raros contra-ataques do segundo tempo, o suficiente para deixar claro o que o planeta já sabia: o Flamengo de 2019 acabou. Pois está na hora de começar de novo. Sem Léo Pereira, Michael, Lincoln, Vitinho, Domènec Torrent, esse trapalhão que veio de Saturno, e de elementos estranhos, notadamente da política, que não têm qualquer ligação com o clube.

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