A dificuldade que o Flamengo encontrou no Chile, com o 2 a 2 diante desse pobre-diabo que é o Unión La Calera, poderá trazer problemas. Não se diz em relação à Libertadores, pois o Rubro-Negro estará na segunda fase da competição sem maiores problemas, mas notadamente para o Estadual, pois é possível que o treinador ponha em campo no sábado o tal “alternativo”, ou “catadão”, como quiserem, em plena decisão contra o Fluminense.

A competição continental é hoje uma verdadeira obsessão, uma doença crônica, que transformará o jogo de terça próxima – LDU no Maracanã – como prioridade, o que é um equívoco. Pois é. O Tricolor não deverá ter, esse ano, o receio que mostrou em 2020. Venceu os dois Fla-Flus do ano atual, pois já percebeu que o sistema defensivo do Flamengo, que tomou 33 gols em 30 jogos ao longo de 2021, é crônico. Por mais que seja eficiente do meio para frente, haverá sempre a preocupação de superar o número de gols que o time leva. E correr em dobro quando o adversário estabelece vantagem.

Hoje foi assim. Se o La Calera disputar o Estadual carioca não briga sequer pela Taça Rio. Mas conseguiu marcar duas vezes no Rubro-Negro. Logo aos oito minutos, Bruno Viana, que tem um ótimo empresário, errou em dobro, e Ariel Martinez enfiou 1 a 0. Aos 26, William Arão poupou o esforço dos chilenos, marcando contra. É provável que alguém tenha avisado que o placar já era de 2 a 0. E o Flamengo acordou. A equipe chilena recuou. E deixou a bola com o adversário. Aos 28, o próprio Martinez fez pênalti em Éverton Ribeiro, e Gabriel diminuiu, forçando a previsão de um empate, e até quem sabe, a virada.

Veio o segundo tempo. Mas é fato que o time visitante rodava muito e ameaçava pouco. Aos 15, Rogério Ceni trocou Gomes, que bate à vontade, por Pedro, para evitar a expulsão do apoiador, e ampliar o poder ofensivo. Aos 32, mesmo praticando um futebol medíocre, William Arão marcou a favor: 2 a 2. E tudo continuou como dantes, no quartel de Abrantes, com muita pancada gratuita, de ambos os lados, inclusive após outras mudanças – como sempre confusas – que o técnico do Flamengo promoveu. Pois o Flamengo depende da genialidade de Arrascaeta, que ficou no Rio, e da já propalada eficiência do meio para frente, que estranhou o ar de Valparaíso.

O empate com o La Calera, a propósito, deixou no ar a pergunta que não quer calar: como é que o time vai ganhar a Libertadores com esse futebolzinho?

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