O Flamengo esqueceu o ridículo do domingo passado, e conseguiu driblar o clima pesado de Assunção, ao vencer o Olimpia por 4 a 1, mas voltou a desperdiçar muitas oportunidades, pelo menos duas incríveis, algo inadmissível em um duelo desses, pois é necessário cobrar no mesmo nível do time, que tem muita qualidade e pretende brigar por todos os títulos. Agora tem a volta. E é bom lembrar: se baixar o espírito Inter, aquele do domingo passado, pode ocorrer nova tragédia, mesmo com a vantagem. A Libertadores é uma tremenda maldição.

Como ocorre habitualmente, jogo de Libertadores é confuso, e o de hoje não fugiu à regra. O Olimpia pôs público no arremedo de estádio, e o time, que é inferior no aspecto técnico, entrou disposto a ganhar no grito. E o árbitro tão perdido quanto o turista no Túnel Sá Freire Alvim.

Pancada daqui e dali, o outro reage, e a bola de vez em quando é solicitada. Aos 15 minutos, após forte pressão, o Flamengo fez 1 a 0, em contra-ataque costurado por Gabriel e Bruno Henrique, que terminou no gol de Arrascaeta. Pouco depois, o craque uruguaio atinge – ao que parece por acidente – o lateral Salazar, que acaba deixando o campo. No fim do primeiro tempo, Filipe Luiz fez falta em Sosa, e foi expulso, mas o VAR, que está sempre atrasado, havia visto um pênalti de Orzusa em Arrascaeta. O árbitro anulou o cartão vermelho, e lá foi Gabriel cobrar a infração: 2 a 0. Deveria ser o contrário, mas como o clima era de tumulto, o Flamengo é que ficou atordoado, deixando Torres diminuir: 2 a 1. Bola alta na zaga rubro-negra continua sendo pesadelo.

A propósito, como ocorre habitualmente em jogo de Libertadores, a torcida lançou injúrias raciais aos brasileiros, obrigando Roque Santa Cruz – fará 40 anos de idade no próximo domingo – a solicitar bom comportamento aos compatriotas. Você já sabe. São aqueles gritos de “macaquitos”, vindos de meia dúzia de imbecis, que acontecem desde a chegada de Cristóvão Colombo à América, sem qualquer providência útil e definitiva de alguma entidade, além de multas ridículas, por quantias que os cartolas pagam sorrindo.

Mas veio o segundo tempo, e como a bola rolava um pouquinho mais, Gabriel apanhou o chute errado de Bruno Henrique e fez 3 a 1. Eram sete minutos. Renato Gaúcho trocou os dois laterais, já advertidos, e o Olimpia, já meio no desespero, também mexeu. Imagine ser reserva nesse time… Pois ficou assim: os paraguaios tentando encontrar outro gol, e o Flamengo com chance de ampliar nos contra-ataques. Arrascaeta, aos 25, acreditou que ainda estava no jogo contra o Inter e desperdiçou ótima chance aos 24. Éverton Ribeiro outra, aos 25. Arrascaeta outra, cobrando falta, aos 27. Gabriel outra, aos 30. E vieram outras tantas No entanto, como o adversário é frágil, não conseguiu descontar. E a coisa acabou em 4 a 1, pois Vitinho, olha ele aí de novo, também marcou, ao receber presente de Gabriel.

Resta saber se a expectativa da torcida do Flamengo será em algum momento recompensada, pois será necessária uma providência urgente dos cartolas do clube em relação à próxima convocação para as Eliminatórias, pois a Confederação Sul-Americana de Futebol anunciou que serão realizadas três rodadas da competição no mês de setembro, dias 2, 5 e 9. Isso poderá deixar o time rubro-negro mutilado, caso os treinadores das seleções nacionais repitam o procedimento de datas anteriores, levando vários jogadores rubro-negros para os jogos internacionais. Sem eles, o clube será eliminado nas três competições, pois não têm reservas à altura.

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