O Flamengo é um time em decadência. Os resultados recentes, a quantidade de gols que leva, e a carência de reservas são a prova. Está muito próximo daquele que vez por outra caía diante de adversários mexicanos no Maracanã. É urgente alguma providência para o resto da Libertadores e para o Brasileiro. Quanto ao Estadual, é já, vencer ou vencer. A perda do campeonato pode determinar a demissão de Rogério Ceni, o que seria óbvio, e já deveria ter ocorrido, se o clube for dirigido com seriedade.

Flamengo X LDU - Libertadores 19-05-2021 - Alexandre Vidal / Flamengo
Ceni sob fogo no Flamengo  – Alexandre Vidal / Flamengo

Nesta quarta-feira, o técnico decidiu lançar o time “alternativo”, como chamam agora, pois conhece a necessidade de guardar o que há de melhor para o Fla-Flu. E seria interessante lembrar que se não obtém o empate, de 2 a 2 com a LDU de Quito, que classificou o Rubro-Negro, talvez o técnico fizesse o contrário, ou seja, “preservar” os titulares na decisão de sábado, por conta dessa obsessão maldita que é a competição continental.

O Flamengo fez um primeiro tempo ridículo. Mal armado, errou nos três setores, embora não fosse possível saber em quais deles estavam os jogadores que foram para o jogo. Aos quatro minutos, Gérson acertou a trave esquerda, um aceno de que não haveria problemas. Parou por aí. Pois William Arão praticou falta violenta em Luis Antonio Amarilla aos 14. E foi bem expulso. E a confusão passou a ser completa. Éverton Ribeiro saiu para a entrada de Gomes, que não joga nada, e o time carioca só não ficou em situação desesperadora por duas razões: Pedro conseguiu marcar um gol aos 32, em lance fortuito, e o adversário é fraquinho, como deixam evidentes as suas posições na Libertadores e no campeonato do Equador. Assim mesmo, Franklin empatou na cabeçada aos 35 – não há zaga que suporte ter Bruno Viana – e ele, Amarilla, desperdiçou grande oportunidade aos 44.

O mínimo que se esperava era uma mudança radical para a etapa derradeira. No intervalo, Rogério Ceni trocou Gabriel e Léo Pereira e por respectivamente Ramon e Bruno Henrique. Mas como sequer ameaçava, tomou outro gol, de Jhojan Júlio, em falha dele, Bruno Viana, aos 14. Na sequência, o técnico pôs Arrascaeta e Diego, e o árbitro confundiu Bruno Henrique com Ramon, algo equivalente a trocar um Bentley por um Wooseley. E aí sim, começou o desespero, freqüente nos tempos atuais. Você olha e não vê como é possível criar algo de positivo.

Depois do gol dos equatorianos, o jogo virou um peladão – chutões, esbarrões, escorregões, pancadas, um festival. Aos 42, Arrascaeta – mais uma vez – cobrou falta e Gustavo Henrique meteu a cabeça para empatar: 2 a 2. Dos males, o menor. Na realidade, o resultado foi muito mais um castigo para a LDU do que um prêmio para o Flamengo.

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