Não seria exagero dizer que o Flamengo obteve uma das mais vitórias mais injustas, embora real, dos últimos tempos, 3 a 1 sobre o São Paulo. O clube carioca encaixou dois contra-ataques velozes e acertou um chute longo. Fez três gols. Nada além. O São Paulo obteve maior volume de jogo, passou boa parte do jogo na área adversária, e não aproveitou o bom futebol que mostrou. Mas o que vale, como no bicho, é o escrito, os paulistas terão que fazer das tripas coração no Maracanã.

O Flamengo começou sofrendo forte marcação na intermediária, estratégia do São Paulo para roubar a bola e partir decisivo, tanto que quase abre o placar em cabeçada de Patrick, para bela defesa de Santos. O problema do Tricolor, logo na sequência, é que não recompôs, e o time carioca avançou com liberdade, tanto que Éverton Ribeiro teve espaço e tempo para a conclusão de Gomes, que testou no canto esquerdo, aos 12 minutos: 1 a 0.

Em desvantagem, o São Paulo modificou rapidamente a maneira de jogar, avançando a equipe, pressionando o adversário, que passou a apostar em contra-ataques. A posse, que era do Flamengo, ficou com os paulistas, que passaram a mandar na partida. Os cariocas, recuados, eram efetivamente ameaçados. A solução para o Rubro-Negro, teoricamente, seria trocar passes, cadenciando o jogo, o que o time só conseguiu após Patrick mandar um pancadão na trave, aos 32. Daí em diante, o Flamengo carioca prendeu a bola, sem muito risco, e aguardou o intervalo.

Flamengo no segundo tempo

Duas mudanças para a etapa final: David Luiz, machucado, saiu para entrar Fabrício Bruno, e Igor Gomes cedeu o lugar para Galoppo, para dar maior velocidade ao São Paulo, cuja única opção era a de atacar sem trégua. E a sede de avançar foi tal que aos dois minutos Pedro avançou livre, aproveitando o espaço livre, e rolou para Gabriel, que desperdiçou a melhor chance de todas, até ali, e que poderia decidir o jogo.

Na prática, dadas as circunstâncias, segurar o resultado por quase uma hora, assim, parecia difícil. Aos 13, enfim, Dorival Júnior trocou Gomes – um desses fenômenos que surgem no futebol sem muita explicação – por Arturo Vidal. Mas a partida não mudou. O time paulista mandava e o Flamengo resistia. Nada além. E os treinadores começaram a preparar várias substituições, quando a equipe carioca acertou novo contra-ataque, que Gabriel concluiu, com oportunismo: 2 a 0.

Rolaram substituições, mas o São Paulo não desistiu: Rodrigo Nestor, batendo da entrada da área, diminuiu: 2 a 1. O placar ainda era surpreendente, pois o Flamengo não mostrava futebol para tão larga vantagem, e parece ter se acomodado ao obtê-la, acreditando que o adversário jogara a toalha. O Rubro-Negro, como pequeno, dando chutão, continuou levando sustos. Aos 49, Éverton Cebolinha apanhou bola perdida e bateu de longe: 3 a 1. Faz tempo que o Flamengo não conseguia vitória tão injusta.

Atenção diretoria do Flamengo!

A direção do Flamengo terá que tomar providências em relação às convocações para os amistosos das seleções para setembro. Se a do Brasil levar dois jogadores para os emocionantes jogos na África, e a do Uruguai outros dois, Guillermo Varela e Arrascaeta, o Rubro-Negro ficará mutilado. A Celeste jogará dias 23 e 27 respectivamente o Irã e Canadá, em Viena, capital da Áustria. Ficará pelo menos 15 dias mobilizado para tal. Caso as seleções levarem quatro atletas, o Flamengo disputará partidas decisivas desfalcado, e será difícil manter a possibilidade de conquistar algum título.

*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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