A derrota do Flamengo – notadamente nos tempos atuais – é sempre evidente. Em Curitiba, para o Athletico, então, é o óbvio ululante. Dessa vez, aliás, foi de virada: 2 a 1. Como ocorreu em Avellaneda, quinta passada, para não ir muito longe, o time carioca teve tempo e espaço para obter algo melhor. Mas a ausência de ambição é tão clara que acaba desperdiçando pontos. Na quinta, dois, e hoje, três. E como previsível, portanto, o clube da Gávea já está namorando – por ora sem compromisso de noivado – a zona de rebaixamento do Brasileiro.

O Flamengo, por enquanto, com a invenção Jorge Sampaoli, não briga pelo título brasileiro, apenas por posição mediana, quem sabe vaga na Sul-Americana. Entretanto, o questionamento ao Andarilho de Casilda, na realidade, só começará após a provável eliminação pelo Fluminense, na Copa do Brasil, no fim do mês. É provável, desse modo, que o treinador argentino, contrariando o que dissemos na ocasião de sua contratação, peça demissão antes disso.

Flamengo perde mais uma, desta vez para o Furacão – Marcelo Cortes/Flamengo

O time da Gávea fez tudo certo até abrir o placar, aos 15 minutos, com Gabriel cobrando pênalti de Fernandinho em Éverton Cebolinha. Apesar de ter evitado a habitual pressão do Athletico, e construir a surpreendente vantagem, os cariocas se deram por satisfeitos e permitiram que o adversário, que não via a cor da bola, começasse a articular seu jogo, e mesmo sem brilho, chegar ao empate. Vitor Roque foi travar o passe e tocou, sem querer, para dentro do gol. Mais uma falha de Santos, inexplicavelmente perdido entre o lançamento de Fernandinho e a conclusão do atacante. Pela milésima vez, ficou evidente que o Flamengo não pode recuar e jogar em contra-ataques. Na realidade, como a equipe do Paraná também não exibia nada de interessante, o 1 a 1 foi um resultado lógico, até então.

Flamengo com posse. Mas e o gol?

No intervalo, o Athletico sacou Rômulo, figura nula, e o treinador argentino trocou Éverton Ribeiro, pelo qual não mostra simpatia, por Arrascaeta, que apesar da presença de Sampaoli, é sempre esperança para dias melhores. Curiosamente, o time da casa, como no primeiro tempo, voltou aceitando o joguinho de toma-lá-dá-cá do adversário, que normalmente não leva a lugar algum, o que assemelhava a partida a um amistoso de fim de temporada. Portanto, o que se via, até ali, era um clima de “será que não vai acontecer mais nada?” A entrada de Vitor Hugo, uma espécie de Zé Eduardo do século 21, sugeria que não.

O Flamengo, mesmo com a posse da bola, não passa nenhuma impressão que pretende marcar um gol. Mas apenas esperar que a equipe contrária, mesmo sem entusiasmo, o faça. O Athletico, aliás, parecia tão triste que a sua própria torcida, sempre excessivamente agressiva, deixava claro a sua insatisfação. Assim, aos 61, o time do gênio Luiz Felipe Scolari, o Senhor 7 a 1, lançou Pablo, que adora marcar gol no Flamengo. E mesmo certo que o clube da Gávea não consegue transformar os espaços que ganha de graça em algo positivo, o que o torcedor pensa é: “não é possível que o Flamengo vai perder esse jogo”.

Aos 74, o Athletico, que não chegava ao ataque desde que Eva conheceu Adão, teve um gol de Vitor Roque. A saber, bem anulado. Aos 75, Marinho substituiu Matheus França, o suficiente para perceber que o jovem estava em campo, o que não havia sido possível. Aos 80, o time do Paraná, cansado da pasmaceira do adversário, voltou a outro raro lance ofensivo, e Erick aproveitou a sobre para enfiar 2 a 1. Ainda houve, sem sucesso e razão, a tentativa de anular o gol. E algumas substituições inúteis naquele momento. Mas nada que pudesse surpreender.

Quanto ao piso da Arena, uma Libertadores, a propósito, três, vale mais que nenhuma. Mas a aposta agora é: quanto tempo vai durar Sampaoli? Um mês ou dois?

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