A possibilidade de ganhar o Mundial de Clubes era real antes da Copa do Mundo, quando a Fifa ainda não formalizara a sua realização, e o que havia era apenas uma especulação do local da disputa.
E como o futebol, a exemplo da própria vida, também é dinâmico, pelo menos dois fatos ocorreram ao longo de dezembro. A excelente participação do Marrocos fez a entidade escolhê-lo como a sede do evento. Isso levará o campeão da África, o Wydad Casablanca, a jogar em casa, diante de sua fanática torcida. E mais: forçou o convite ao Al Ahly, do Egito, vice-campeão continental, pois era necessária a participação de pelo menos um clube local. E o regulamento não permite a inclusão de dois representantes do mesmo país.
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Se você não sabe, embora o Wydad seja o campeão, o Al Ahly é de fato o grande vencedor da história do futebol africano. E a presença de ambos torna mais difícil superar as semifinais, para ter o direito de decidir com o Real Madrid, que independentemente de tudo estará na decisão.
Vitor Pereira, um novo Paulo Sousa
O outro fato que faz o caminho do Flamengo mais difícil é a contratação, sem qualquer justificativa, do português Vitor Pereira. Dessa forma, promete atrapalhar a vida do clube carioca, embora ainda haja uma ponta de esperança que um mínimo de sensibilidade impeça a sua chegada.
Na realidade, havia a expectativa de que o Mundial fosse realizado em Miami, onde vivem milhares de brasileiros – e é claro de rubro-negros. Restou, e isso não mudou, a ausência dos mexicanos, contra os quais o Flamengo tem um péssimo retrospecto.
Mas foi assustador quando o zagueiro David Luiz disse, ao longo da semana, que Pereira será “importante no aspecto tático”. É de se imaginar o sujeito traçando um punhado de experiências absurdas, que vão prejudicar, no aspecto individual, muitos craques, e pior, é claro, o desempenho coletivo do time.
A propósito, escrevemos aqui no finzinho de 2021 que Paulo Souza era tragédia prevista, e que seria demitido no fim de abril, e erramos por apenas um mês, pois saiu no início de junho. Se isso não ocorresse, o Flamengo não teria conquistado título algum. Vejam a coluna de 30 de dezembro. Aliás, dissemos aqui que a Argentina ganharia a Copa. Essa é mais fácil de conferir.
Competições
É fato que havia uma perspectiva efetivamente otimista em relação ao Mundial de Clubes. Mas as transformações recentes tiraram o ânimo. E o que existe agora é o receio de um vexame no torneio. E quando pensamos na agenda – Taça Guanabara, Estadual, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana – só para citar competições que terminarão no primeiro semestre, a presença de Vitor Pereira faz tremer da cabeça aos pés e prever a perda de um punhado de competições importantes por uma contratação que – aparentemente – não tem qualquer explicação razoável.
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