A seleção de Gana está desde segunda-feira(19/9) treinando no estádio Comandante Herbert, na cidade de Deauville, que fica a 40km de Le Havre, local do jogo com o Brasil, nesta sexta-feira (23/9).
Se, por um lado, Tite, comandante dos Canarinhos, tem a equipe praticamente encaminhada para a Copa, o técnico ganês Otto Addo ainda tem muito o que ajustar no seu selecionado. Isso porque cinco jogadores foram convocados pela primeira vez. Pelo menos quatro deles deles são cotados como possíveis titulares no Qatar: o atacante Iñaki Williams (Athletic Bilbao/ESP), o ala Tariq Lamptey (Brighton/ING, 21 ANOS), e os zagueiros Salisu Mohammed (Southampton/ING) e Stephan Ambrosius (Karlsruher/ALE). Completa o quinteto o atacante Konigsdorffer (Hamburgo/ALE).
Exceto por Mohammed, os outros quatro vivem a mesma história: são filhos de ganeses, mas nasceram em outros países. Defenderam as seleções de base de seus locais de origem. Porém, sem chance de atuarem na equipe principal, aceitaram o convite do governo de Gana, se naturalizaram há poucos meses e, contra o Brasil, farão as suas estreias.
Iñaki, enfim, na seleção de Gana
O mais famoso, e também o mais velho dos “novatos”, é Iñaki Williams. O atacante de 28 anos nasceu em Bilbao e defende o Athletic, com muito sucesso, sendo o recordista de jogos consecutivos na história da Liga espanhola. É também o primeiro negro a vestir a camisa do clube basco (que só aceita jogadores da região basca em seu elenco). Iñaki jogou pela seleção de base da Espanha e defendeu a principal num amistoso em 2016. Depois disso, nunca mais. Recebeu vários pedidos dos ganeses para que fizesse a naturalização. Afinal, quem tem pai ou mãe do país africano consegue rapidamente a cidadania. Mas ele sempre disse que se considerava 100% espanhol e seria injusto tirar o lugar de um jogador nascido em Gana. Porém, no início deste ano, aceitou a naturalização. E, enfim, foi convocado.
Iñaki tem um irmão, Nico Willians, de 20 anos, que joga pela Espanha Sub-20. Será que algum dia a história de Iñaki se repetirá com ele?
Lamptey tem 21 anos, é cria do Chelsea e joga pelo Brighton. Defendeu todas as seleções inglesas de base, mas optou por Gana. O mesmo aconteceu com dois jogadores que nasceram na Alemanha e atuam por clubes germânicos Stephen Ambroius (Karlsruher, 23 anos) e RansFord Yeboah Konigsdorffer (Hamburgo, 21 anos).
Fim da geladeira
Salisu Mohamed, o outro estreante, tem uma história diferente. O zagueiro do Southampton nasceu em Gana. Mas quando esteve pela primeira vez na relação da seleção de Gana, em 2019, alegou contusão. Depois, surgiu a história de que Salisu não tinha interesse em defender seu país. Levou um gelo que terminou apenas na convocação da semana passada.
Estão em casa, diz jornalista
Os cinco jogadores se apresentaram ao treinador nesta semana e fizeram os primeiros treinos com os companheiros de uma seleção que tem uma grande estrela: André Ayew. Assim como os novatos, ele não é natural de Gana, nasceu na França. Mas desde jovem optou por jogar no país de seu pai, Abedi Pelé, o maior jogador da história de Gana. Foi Ayew quem recebeu os novos companheiros e com muitas brincadeiras. Segundo a imprensa de Gana, o ambiente visto nestes dias é o melhor possível.
“Parece que todos se conhecem e estão jogando pela seleção de Gana há séculos e não há poucas horas”, disse Kwabena Yaboah, um dos jornalistas que há mais tempo cobrem a seleção de Gana. Ele trabalha para o jornal “Ghana News”.
Resta saber se Otto Addo conseguirá dar entrosamento suficiente. Ele usará o jogo contra o forte selecionado brasileiro como laboratório para os estreantes. E não há muito tempo para testes. Depois do jogo com o Brasil, Gana enfrentará a Nicarágua, dia 27, em Lorca, na Espanha. Depois, mais dois amistosos com rivais ainda não definidos dias antes da estreia no Grupo H da Copa, contra Portugal dia 24/11, no Estádio 974. Coreia do Sul e Uruguai completam o grupo.
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