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Mesmo com o título antecipado, Flu recebe a taça apenas na última rodada, no Nilton Santos - Foto: Divulgação / Fluminense

O tetracampeonato brasileiro do Fluminense, em 2012, representou uma mistura de sentimentos para os jogadores. Isso porque, além da felicidade com a conquista, no voo em que retornavam ao Rio, após vitória sobre o Palmeiras em Presidente Prudente causou apreensão no elenco. Em entrevista ao portal “GE”, o ex-zagueiro Gum, revela que foi necessário realizar um pouso forçado e o momento de maior preocupação foram quando as máscaras de oxigênio caíram e foi necessário que os atletas ficassem uma posição de segurança para aterrissagem fora dos planos.

Assim, o ídolo do Tricolor detalhou os momentos de aflição que ocorreu em meio a celebração do elenco. Gum frisou que foi o episódio mais complicado que enfrentou na carreira.

“Quem estava naquele voo não esquece o que passamos. A princípio, foi a festa no avião, comemoração acontecendo. Até então, tudo bem. Na parte da frente do avião, estavam os jornalistas, em seguida, os dirigentes e comissão técnica. No meio do avião, a turma tranquila, e lá no final, no fundão, a rapaziada que gosta da farra”, destacou o ex-zagueiro em entrevista ao GE.

“Em determinado momento, estávamos eu e o Jean sentados juntos, no meio, e eu lembro que o avião começou a fazer determinados movimentos de um lado pro outro, parecia uma montanha-russa. De repente, surgiu a informação que o trem de pouso do avião não havia acionado”, acrescentou o antigo defensor.

Sentimento de angústia tomou conta do avião

Em seguida, Gum reforça que o sentimento de angústia. Alguns pediram que ele orasse, por ser bastante religioso.

“A partir dali, virou momento de tensão. Eu pedi a todos para que orassem, pedir o livramento. O pessoal estava todo tenso, a turma da farra ficou sóbria na hora, tamanho o medo que estávamos passando. Lembro que o Edinho chegou a gritar: ‘Gum, reza por nós’. Foram momentos muito tensos mesmo”, detalhou o ídolo tricolor.

Orientações de segurança aos jogadores do Fluminense

Posteriormente, o ex-zagueiro relatou como foi o comportamento do piloto. Indicou que todos adotassem procedimentos de emergência.

“Como medida de emergência, o piloto chegou a descartar parte do combustível para evitar uma explosão em caso do pouso de emergência num avião próximo. As máscaras de oxigênio chegaram a cair, recebemos orientação para ficar em posição de emergência, com a cabeça entre as pernas”, disse, para completar:

“Quando nos aproximamos do aeroporto, deu pra ver a movimentação intensa na pista com carros dos bombeiros, ambulâncias, todo cenário montado para uma questão emergencial mesmo. Parecia cena de filme”.

Gum ainda lembrou do momento de reviravolta, em que a apreensão se tornou alívio.

“Com a aproximação do aeroporto, o pessoal da torre avisou que o trem de pouso estava acionado (houve um problema no painel, que não detectou a descida do trem) e informou que poderíamos pousar com segurança”, comentou o ídolo do Fluminense.

Por fim, ele destacou que por toda aflição, o técnico Abel Braga preferiu não participar da celebração programada pelo clube após o título, que ocorreu nas Laranjeiras.

“Quando o avião pousou, a tensão foi tão grande que o Abel Braga não quis nem ir pra comemoração nas Laranjeiras. Preferiu ir pra casa ficar com a esposa e os filhos pelo livramento que todos nós passamos”, concluiu o ex-zagueiro.

Gum, aliás, anunciou a sua aposentadoria, aos 38 anos, há dois meses. Após um semestre sem clube, o defensor tornou pública a sua decisão. Seu último clube foi o CRB, onde sua passagem teve fim em dezembro do ano passado.

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