A Justiça aceitou o mandado de segurança do Vasco para enfrentar o Atlético-MG no Maracanã, neste domingo (20), pelo Brasileirão. O Cruz-Maltino entrou com o pedido após Flamengo e Fluminense conseguirem derrubar a liminar que garantia o jogo no estádio. Entretanto, nesta quinta, o relator Nagib Salbi Filho proferiu decisão final favorável ao clube de São Januário, o que confirma o duelo para o Maraca.

Imediatamente, aliás, o Vasco iniciou a venda de ingressos e já anunciou que, em menos de uma hora, cinco mil foram vendidos. A expectativa é de lotação máxima e, portanto, mais de 60 mil torcedores comparecerão às 11h da manhã de domingo.

O imbróglio tomou forma na semana passada. O Vasco, na tentativa de atuar com público na véspera de seu aniversário de 125 anos, entrou com uma ação para atuar no Maracanã, até porque São Januário está interditado para receber torcedores. A princípio, recebeu uma negativa do Consórcio. E embora a liminar tenha favorecido o clube, a dupla Fla-Flu entrou com um recurso, alegando que a realização do jogo poderia desgastar o gramado. Nesta quarta, a 43ª Vara Cível revogou o direito do Vasco, mas isto acabou revertido nesta quinta.

Vasco recebe o Galo neste domingo (20), às 11h – Foto: Daniel Ramalho/Vasco

“O Maracanã é muito mais que propriedade pública, no caso cedida, temporariamente, a dois grandes clubes de futebol. É imóvel de propriedade social, não só do povo carioca, mas de todos brasileiros, aficionados ou não do futebol. Está no imaginário social, assim como Wembley, Centenário e outros estádios que transcendem o simples aspecto futebolístico”, diz um trecho da decisão.

A definição vem logo após muitas reclamações do Vasco, que criticou duramente a inversão da decisão, que durante 24 horas impedia o clube de atuar no Maracanã, mesmo num dia em que não há outros jogos. O Fluminense joga no local no sábado, enquanto o Fla só atua no Maraca, novamente, na próxima semana.

Relator admite ser vascaíno, mas nega suspeição

O relator Nagib Salbi Filho admitiu, em sua decisão, que é torcedor vascaíno. Entretanto, ele garantiu que não se vê como suspeito para julgar a causa, uma vez que nunca esteve envolvido com a diretoria ou com questões políticas internas e ligadas do clube de São Januário:

“Sou declaradamente torcedor do futebol, como a imensa maioria da população, especialmente do Vasco da Gama, desde a minha distante infância. E sou associado do clube, pagando contribuição mensal, desde quando Roberto Dinamite assumiu a Presidência do clube. Nunca fui diretor ou membro de órgão do clube, sequer integrei ações decorrentes das diversas correntes políticas. A minha humilde participação resume-se em discussões futebolísticas, quase todas com os meus companheiros de tribunal e da área jurídica. Assim, na esteira de reiterados julgamentos, não estou suspeito para julgar esta causa”.

Recurso do Vasco sugeria até mudança de horário

O recurso que o Vasco apresentou, nesta quinta, para atuar no Maracanã contra o Atlético-MG, sugeria até mesmo uma mudança de horário do jogo. O jogo sairia das 11h para 18h30, aumentando assim o intervalo entre este jogo e o anterior: Fluminense x América-MG, sábado à noite.

O motivo seria derrubar a alegação do curto tempo para a recuperação básica do campo. Ademais, o clube também sustentou, em seu recurso, que o Estádio Nilton Santos não seria, necessariamente, um local viável para o jogo, apesar desta ser outro ponto da versão de rubro-negros e tricolores. De acordo com o Vasco, o Botafogo não tem dever jurídico de alugar o estádio a outros clubes.

Por sinal, o CEO da SAF cruz-maltina, Lúcio Barbosa, admitiu que manteve contato com o rival alvinegro, mas, por conta da falta de costuma com a grama sintética, a escolha poderia ser prejudicial.

Seja como for, a decisão garante que o Vasco mantenha o plano de apresentar à torcida o meia francês Dimitri Payet, contratado nesta semana e já anunciado oficialmente. Ele, inclusive, já treina com os companheiros, mas ainda carece de regularização junto à CBF.

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