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Dorival Júnior não se mostra adepto de jogar com linha de três atrás na Seleção - Foto: Mauro Pimentel/AFP via Getty Images

Por que apenas a Seleção Brasileira se recusa a jogar com linha de três atrás? Essa pergunta me veio à mente logo após a vitória insossa por 1 a 0 sobre o Equador, pelas Eliminatórias.

Até mesmo os argentinos, atuais campeões mundiais e da Copa América, apostam em mexidas. Não foi assim, sem Messi, diante do Chile? Lionel Scaloni não se escorou nas recentes conquistas e, em busca do aperfeiçoamento, formou a retaguarda com Romero, Otamendi e Licha Martínez. Sem abrir mão de Julián Álvarez e Lautaro Martinez juntos na frente. Afinal, testar é preciso. Mesmo em um time vitorioso.

Dorival Júnior parece avesso a tal possibilidade. Mas isso não se restringe a ele no comando da Canarinho. Já era assim com Tite.

Dorival não se mostra adepto de jogar com linha de três atrás na Seleção  – Foto: Mauro Pimentel/AFP via Getty Images

O curioso é que a Seleção conta, inegavelmente, com excelentes nomes na zaga. Jogadores com boa mobilidade e que estão acostumados a atuar em linha de três em seus clubes. Muitos dão conta do recado, inclusive se for preciso se “aventurar” como lateral para inibir a velocidade dos alas/pontas rivais.

Marquinhos, Gabriel Magalhães, Militão… o elenco atual dispõe até mesmo de André, um volante mais do que habituado a jogar de zagueiro e qualificar, portanto, a saída de bola. Opções não faltam. Sobram zagueiros polivalentes, ao mesmo tempo em que a escolha por laterais tem sido um martírio. Ou estou enganado?

Embora capitão e com experiência na Juventus como zagueiro, Danilo, o capitão da Amarelinha, não é efetivo no apoio. No lado de maior profundidade, o esquerdo, Arana tenta virar um ponta. Mas não tem funcionado. Wendell, o reserva, tampouco. Além disso, Vini Jr não sofre contestação naquele lado do campo. Por ali, aliás, Rodrygo é outro que se sente mais confortável.

Nossos laterais são descartáveis. Assim, atuar em linha de três atrás abriria espaço para mais um homem de frente com característica predominante de explorar as beiras de campo. No jogo do Couto Pereira, isso ficou claro.

O colunista que vos fala de modo algum se coloca como um gênio da lâmpada para resolver os problemas da Seleção. Mas a pergunta que fica é: por que não tentar algo que tem sido utilizado mundo afora?

A Seleção Brasileira deu sono mais uma vez. Uma mudança no esquema não é garantia de que tudo vai dar certo, mas mexer é preciso. Pelo bem do jogo pra frente e da criatividade a qual o torcedor brasileiro tanto sente falta.

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