Fluminense, campeão, 2 a 1 no Flamengo, de virada. Vitor Pereira, o gênio d’além mar, alcançou um recorde que dificilmente será superado: quatro títulos desperdiçados em 65 dias. Mundial, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Taça Guanabara foram para o espaço. A propósito, a escalação divulgada foi suficiente para perceber que o ínfimo de esperança, que o torcedor sempre alimenta, mesmo nos piores momentos, estava irremediavelmente perdida. Vamos repetir pela enésima vez: com esse cidadão, o Flamengo não vai ganhar nada. Nada. Nada.
Cá entre nós, que acusamos o processo de desconstrução desde a chegada deste traste, também não apresentou absolutamente nada de surpreendente. O que há é uma profunda lamentação pelo comparecimento, ao Maracanã, de fanáticos e ingênuos que não conhecem futebol. Na prática, se você não tem influência no clube, não há o que providenciar de fato.
O que se faz aqui nesse espaço é por obrigação. Jamais acompanharia jogo de Vitor Pereira se não fosse por isso. O Flamengo é uma embarcação à deriva em alto mar. É ignorar a sucessão de erros e esperar por dias de esclarecimento. Não se sabe exatamente o motivo da contratação e da permanência desse sujeito. Com ele, o Flamengo foi eliminado no Mundial por um clube da Arábia Saudita. Parece que ninguém notou. Mas um dia ele terá que ir embora.
Já não há qualquer rasgo de paciência. É extremamente cansativo. Digamos que é insuportável. Facilita a crônica. Basta repetir o texto. Ninguém aqui torce contra. Não se faz necessário. Antecipamos a tragédia desde o dia da chegada do gênio d’além mar.
Pois o que há de mais importante no Flamengo de hoje é demitir este personagem trágico.
Jogo com duas propostas distintas: a do Flamengo, manter de qualquer forma a vantagem do empate, e a do Fluminense, marcar um único gol, tarefa possível diante de um adversário em frangalhos. O que se viu, no primeiro tempo, estranhamente, foi o contrário: o time da Gávea melhor.
Parece que o Tricolor acreditou que não teria maiores problemas, notadamente após ver o rival no 3-5-2, sugerindo que jogaria atrás, e não viu a cor da bola. Éverton Cebolinha, ao melhor estilo de Caldeira contra o Atlético Mineiro em 1970 – 1 a 0, gol de Fio – abriu o placar em lance espetacular, driblando vários elementos da defesa contrária. Gabriel ampliou aos 33, mas Matheus França, que deu o passe, havia tomado a bola de André com falta evidente.
Não seria absurdo que Fernando Diniz fizesse mudanças no intervalo, até porque teria agora que marcar pelo menos duas vezes, mais complicado, é claro, apesar da presença do gênio d’além mar. Pois o treinador das Laranjeiras sacou um zagueiro, David Braz, e um atacante, Keno, e pôs dois apoiadores, para construir o jogo no meio.
Pois aos sete minutos, a retaguarda do Flamengo dormiu, e ele, German Cano, empatou: 1 a 1. Logo, ficou claro que o gás rubro-negro havia terminado. Assim, recuou. O segundo gol do Fluminense, dadas as circunstâncias, e na prática, era questão de tempo.
Vitor Pereira, que é uma espécie de treinador de praia – raciocina de acordo com o quique de bola na areia – começou a andar de um lado para outro, pensando na bobagem que poderia fazer.
E essa veio em dose tripla. Incluindo Mateusão na vaga do Gabriel. Afinal, o mesmo que trocar, no pau, um Rolls Royce por um Fiat 147. Quem é o padrinho do Mateusão? O Arrascaeta também deixou o campo. Numa decisão. Com meia hora, Éverton Ribeiro substituiu Matheus França. No time do gênio d’além mar, só no dele, Éverton Ribeiro é reserva de Matheus França. O que é Matheus França? Quando ele saiu, foi possível notar que entrara um dia em campo.
O Flamengo estava caindo aos pedaços. E Fernando Diniz lançava um punhado de atacantes. A dúvida que restava, naquele momento, era acertar quem marcaria o segundo gol do Fluminense. Aos 39, a zaga do time da Gávea falhou de novo e Gabriel Pirani fez 2 a 1. O óbvio.
Aliás, se você, caro rubro-negro, esperava algo além do que ocorreu, nunca viu futebol. Vamos agora à eliminação nas semifinais do Estadual. E suportar o bi do Fluminense.
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