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O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, descartou a hipótese de paralisar o Campeonato Brasileiro das Séries A e B por conta do escândalo de manipulação de ações nos jogos. A informação é do blog de Rodrigo Matos, do ‘Uol’. Afinal,  segundo o dirigente, por não se tratar de casos com árbitros ou dirigentes, a determinação é manter a competição paralelamente ao avanço das investigações criminais.

“Não temos como suspender a competição. Não é (acusação) de um dirigente, não é de um presidente de clube, não é de um árbitro. Isso está sendo de atletas. A CBF espera que tenha um rigor de quem está fazendo as apurações. A CBF não tem poder de polícia e Justiça”, afirmou ao blog Ednaldo, que também teria destacado o dano que uma paralisação causaria ao calendário do futebol.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, descartou a paralisação do BR – Lesley Ribeiro/CBF

A denúncia do Ministério Público de Goiás acusou, até aqui, 16 pessoas de envolvimento na manipulação de lances em ao menos oito partidas da Série A do ano passado. Por sua vez, clubes como Santos, Atlético-PR, Cruzeiro e Fluminense já afastaram seus jogadores citados por chefes do esquema de apostas. Nesta quarta, o Botafogo também foi mencionado. Porém, sem nomes envolvidos diretamente.

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Para Ednaldo, o caso deverá ser julgado, posteriormente, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Assim, sanções a jogadores e, eventualmente, a clubes poderão ser aplicadas após os respectivos julgamentos na esfera esportiva.

CBF pede que PF entre no caso

A posição do presidente da CBF ganhou eco em uma nota oficial, emitida pela entidade, no começo da noite desta quarta. Nela, a Confederação afirma ainda que solicitou à Presidência da República e ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal entre nas investigações. De acordo com a própria CBF, isto fará com que se centralizem todas as informações a respeito dos casos investigados.

Embora tenha ressaltado que não vê necessidade de paralisação do Brasileirão, a entidade diz esperar que o STJD puna os envolvidos com rigor e “de forma veemente”.  A CBF ainda destacou que está à disposição para ampliar o debate, sobretudo após reuniões com Promotores e Procuradores de Justiça. Ela afirma que “igualmente é vítima destes possíveis atos criminosos”, mas que “não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos”.

Reunião com a Fifa e com clubes

Aliás, a entidade já discute com a Fifa a ampliação dos mecanismos para investigar e prevenir, mundialmente, as manipulações no futebol.

Em breve, a CBF também deve convocar os clubes que disputam o Brasileirão das Séries A, B e C para debater o assunto, por meio de uma videoconferência. Com isso, o objetivo é estabelecer as medidas para coibir as armações.

Justiça aceita denúncia: 16 investigados

A Justiça de Goiás aceitou, nesta terça-feira (9), a denúncia o Ministério Público contra 16 jogadores supostamente envolvidos no esquema de manipulação de resultados. Eles, portanto, irão responder pelas acusações de fraude em resultado de competições. Em alguns dos casos, as denúncias são por corrupção ativa e organização criminosa. As penas variam entre dois e 12 anos de prisão. Confira a lista de investigados:

Allan Godói, zagueiro do Sampaio Corrêa
André, volante do Ituano (ex-Sampaio Corrêa)
Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos
Fernando Neto, volante do São Bernardo (ex-Operário)
Gabriel Domingos, volante, atualmente sem clube (ex-Vila Nova)
Gabriel Tota, meia do Ypiranga
Igor Cariús, lateral-esquerdo do Sport
Joseph, volante do Tombense
Matheus Gomes, goleiro, atualmente sem clube (ex-Operário)
Matheusinho, atacante do Cuiabá (ex-Sampaio Corrêa)
Paulo Miranda, zagueiro, atualmente sem clube (ex-Juventude)
Paulo Sérgio, atacante do Operário (ex-Sampaio Corrêa)
Romário, volante do Vila Nova
Victor Ramos, zagueiro da Chapecoense (ex-Portuguesa)
Ygor Catatau, atacante do Sepahan/IRN (ex-Sampaio Corrêa)

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