Morocco's midfielder #04 Sofyan Amrabat celebrates after winning the Qatar 2022 World Cup quarter-final football match between Morocco and Portugal at the Al-Thumama Stadium in Doha on December 10, 2022. (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images)
Sim. Marrocos em semifinais de Copa é zebra. Pela primeira vez, nos 92 anos de história do torneio, uma seleção africana chega entre os quatro que podem decidi-lo. Nem o Robozão foi capaz de evitar a derrota, de 1 a 0, para os Leões de Atlas. Cristiano Ronaldo encerrará a carreira lamentavelmente sem obter o título de campeão mundial.
Sim. Marrocos é, na prática, o que houve de mais importante na Copa 2022. E já não importa qual a seleção que erguerá o troféu. O futebol é um fenômeno. E quem quiser que o ignore. Morrerá queimando nas trevas.
O Marrocos, como previsto, começou recuado, sem os dois zagueiros de área titulares, mas é fundamental ressaltar que em momento algum abriu mão de atacar. Logo, dificultava as açoões ofensivas de Portugal, mas assustava quando saía em velocidade, pois criava eventualmente a possibilidade de concluir. A estratégia dos africanos não impediu que surgissem chances para os lusos, incluindo um pênalti – de Hakimi em Bruno Guimarães – ignorado pelo VAR. Mas quem marcou de fato foi o time de Walid Regragui, aos 42 minutos, em cabeçada oportuna de En Nesyri, aproveitando falha da zaga, notadamente de Diogo Costa.
O treinador Fernando Santos, a exemplo do adversário, não providenciou substituições no intervalo, sugerindo que estava satisfeito. Mas aos cinco minutos da etapa derradeira, resolveu fazê-las, lançando enfim Cristiano Ronaldo. Dadas as circunstâncias, principalmente a presença de reservas, e a vantagem, Marrocos passou a adotar postura francamente defensiva, oferecendo campo e bola aos portugueses, que passaram a pressionar.
Os africanos já não conseguiam articular os contra-ataques. Só voltaram a promovê-los após meia hora, deixando os lusos em palpos de aranha, pois ressurgiu a possibilidade de marcarem outro gol, o que liquidaria a batalha por antecipação. Fernando Santos, no desespero, colocou um punhado de avançados. Mas seu time continuou esbarrando na zebra, e sequer criava chances, pois insistia em cruzamentos sobre a área, rechaçados pelos Leões de Atlas, e pelo fantástico atleta que é Sofyan Amrabat, da Fiorentina, que ao fim da Copa não continuará em Florença.
Curiosamente, um zagueiro, Pepe, teve a melhor oportunidade, mas cabeceou para fora. Sim, Marrocos está entre os quatro. E apesar da quantidade de jogadores atuando em clubes da Europa, nem o mais poderoso dos videntes seria capaz de prevê-lo.
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