Num debate que não será esgotado, pontuaremos aqui alguns elementos que são comuns ao advento das Arenas desde a Copa do Mundo de 2014, a tal higienização das arquibancadas.
Com elencos caros, não é mais possível os ingressos muito baixos, isso é um fato. Porém, os excessos também podem afastar aquele cara fiel, aquele que não troca um jogo do Galo por qualquer espetáculo no famoso e excepcional palco mineiro, o Palácio das Artes.
Como trazer ao debate isso de forma razoável sem sermos populistas, mas sensíveis? Talvez tenhamos que entender que ir a todos os jogos não dá mais, mas que com uma programação dá pra ir uma vez por mês, talvez.
Contudo, tudo isso passa pela palavra sensibilidade de quem precifica. Obviamente, outro aspecto importante é que todo clube precisa fazer previsões de caixa e, tendo um número recorrente de sócios, o clube poderá saber quanto terá naquele centro de custo para salvar uma despesa do mês.
Por isso, claro, o sócio precisa ter vantagens. Lembrem-se, aqui não vamos ser hipócritas, muito menos donos da verdade, mas vamos ser realistas e alimentaremos a “sensibilidade”.
Sendo assim, o Atlético, aprendendo a operar seu novo “brinquedo” ainda treina em ação a dar preços, a saber como quantificar comida, segurança e quanto se paga por cada tipo de jogo. O fator novidade já vai caindo em desuso e para manter o m² de concreto ocupado é preciso, mais uma vez dela, a sensibilidade de: olhar para o calendário; para o poder de compra médio geral; de quem vem jogar contra o Galo. É um pacote.

O Barulho da Massa

Um outro aspecto a ser considerado é como assombrar o adversário. Em todo lugar da América do Sul se conhece a força da torcida do Atlético. Contudo, uma preocupação existe: rico grita? rico rasga a garganta ou quer ver a Massa fazer o serviço?
Pois é! Pensando nisso, a responsabilidade é de todos. O atleticano não assiste ao jogo, este é o seu diferencial. Atleticano é presente, partícipe. A atleticanidade está na crença das posições que se repetem na arquibancada, na cueca que se usa e muito mais que isso: o atleticano acredita que seu grito é capaz de virar um jogo.
Pergunto-lhes: como fazer isso sem separar, sem excluir, mas “catequizando” os mais providos a gritarem nas cadeiras, camarotes ou lounges? Talvez, fazendo quintaneanamente, ou seja, o simples. Catequizar sem julgar, começando com o tal do Galooooooooo, Galoooooooo, Galooooooooo, fiufiufiu…
Depois, cante o hino, exalte o clube e volte, na dúvida – Galoooooooo, Galoooooooo – As coisas que mais deram certo na vida eram básicas, não faltam exemplos: Garrincha driblando, Marques entortando e o Alex Risadinha com o mesmo sorriso e piada da luz apagada, todos eles resolveram seus problemas. É o simples, senhores.

Somos do Clube Alético Mineiro

Uma tentativa de incorporar a cultura de cânticos argentino talvez seja tão desnecessária quanto o Dia das Bruxas no país do Curupira e do Saci. Não tem nada nosso, não tem brasilidade. Aqui é Minas, sô. Aqui é terra de atleticanos como Celso Adolfo e de Vander Lee, vai por mim. Não somos “campeones”, somos do Clube Atlético Mineiro.
Por fim, mas sem fim de debate, sem pretensões autocráticas, uma ideia é juntar as organizadas. Um aspecto físico importante é que o som precisa de anteparo para reverberar suas ondas. No anel inferior, região sul, a torcida que tenta impulsionar o estádio precisa se esforçar mais para fazer o som chegar ao “teto” ou outro obstáculo antes de ser refletido. Um diálogo para uma mudança de posição pode tornar o esforço menor, mas nada disso funcionará se o povo não entrar e se o mais abastado ficar com vergonha de cantar como um louco para o Galo vencer.
Mesmo se tudo acima for descartado por quem leu até aqui, uma coisa posso afirmar,: atleticano não assiste ao jogo, atleticano vive o jogo. O pão para o atleticano é o ingresso, o ingresso para o atleticano é o pão, meu irmão
Na dúvida do que fazer? Galoooooooo, Galooooooooo, fiufiufiu…
Galo, som, sol e sal é fundamental

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