Leonardo Pereira

Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar

Durou apenas duas semanas a lua de mel entre a torcida do Botafogo e o time, algo nada incomum diante de um elenco formado com o Campeonato Brasileiro em andamento, em um cenário de reestruturação do clube. A massa voltou a comparecer em peso ao Estádio Nilton Santos e saiu do Colosso da Zona Norte novamente de cabeça inchada: o empate com Juventude, penúltimo colocado, provocou novas reações intempestivas entre os alvinegros e debates acalorados, com julgamentos até insensatos.

Para quem acreditou que o Botafogo de Luís Castro estava em uma ascensão meteórica rumo ao G4 e tomou um balde de água fria no último fim de semana, trago, ainda, más notícias: o Alvinegro terá outros tropeços ao longo do Brasileirão. É um grupo limitado e com algumas carências importantes. A começar pelo camisa 1: o Glorioso não tem goleiro. O titular não transmite a confiança de outros tempos, e os reservas estão bem abaixo do nível da Série A. Ainda na defesa, embora com nomes consolidados, a equipe foi vazada nos quatro compromissos até aqui. No meio de campo, o jogador mais caro da história do clube ainda não mostrou serviço. No ataque, as armas do treinador português oscilam.

Em contrapartida, para quem entende que a partida contra o Juventude sinaliza uma derrocada definitiva, trago uma dose de refresco e um novo ar de sobriedade. O Mais Tradicional tem cara, jeito e formato de meio de tabela, com seus altos e baixos. Turbinado por investimentos financeiros de sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol), o Botafogo-2022, invicto há quatro jogos, é moldado para realizar uma temporada segura, a curto prazo, enquanto busca horizontes mais promissores para os próximos anos. O clube, hoje, tem capacidade para não passar vergonha no Brasileiro, diferente de um passado recente. Talvez alguns torcedores ainda não tenham a dimensão do contexto da nova era. Uma pena, pois o Glorioso precisa deles. Dos racionais aos mais exaltados. Todos no mesmo barco.

Críticas ao trabalho de Luís Castro e aos reforços devem ser pontuais. O técnico, em momento algum, vendeu ilusões. Já o apoio da arquibancada, incondicional. Sem terra arrasada. O Botafogo está bem atrás de outros participantes do Brasileirão em relação à montagem de elenco. Não é o pior time do mundo por empatar com o Juventude e nem despontará rumo ao G4 se vencer o Flamengo no próximo domingo (8), em Brasília. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar.

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Leo Pereira

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