Ser eliminado na semifinal do Mundial de clubes, por si só, já é motivo para uma enxurrada de críticas internas, de torcedores e da imprensa. Imagine então se despedir da competição da Fifa sem, ao menos, anotar um gol? Sim. Essa é a realidade do Palmeiras. Mas também é o passado. Se no longínquo ano de 1999 o time perdeu por 1 a 0 para o Manchester United, agora em 2021 o Verdão conseguiu a façanha de passar em branco por mais de 180 minutos. E contra equipes de menor porte: Tigres (MEX) e Al Ahly (EGI).

Al Ahly-EGI x Palmeiras (11/02/2021)
Ao optar por um modelo mais conservador em busca de conquistas em um mercado novo, Abel Ferreira trava o Palmeiras – Cesar Greco / Palmeiras

A lentidão apresentada na maior parte dos dois jogos, a dificuldade de criação e a falta de gols são o retrato do cansaço mental e físico de uma temporada desgastante, ainda mais com um calendário apertado pela pandemia. Campeão da Libertadores com merecimento, o Palmeiras passou a chamar a atenção pela postura tática apresentada em duelos decisivos.

No próximo dia 28 começa a decisão da Copa do Brasil, contra o Grêmio. Mas o que esperar do Alviverde? Abel Ferreira e sua comissão técnica precisarão apertar o botão de reset de um time que vem de uma série de partidas decisivas, atingiu o extremo do esforço físico e mental na final da Libertadores, alcançou seu objetivo, mas não pôde desfrutar de um relaxamento natural de quem fatura um título desse peso.

Abel Ferreira tem nas mãos o segundo melhor elenco do Brasil. Seu time tem potencial para mais do que foi apresentado no Mundial. Na semifinal contra o Tigres, veio a dura, mas necessária lição: esperar o adversário, na característica do Palmeiras, foi um equívoco que custou caro demais.

Por mais que em sua carreira o treinador português sempre tenha optado por montar equipes de acordo com a realidade que o jogo apresentava, ele precisará compreender que o Palmeiras tem historicamente por necessidade o  protagonismo.

Espera-se que, com as lições do Mundial, note-se nos dois jogos contra o Grêmio uma equipe mais solta e ofensiva. Para o bem do Palmeiras. E em nome de suas tradições.

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