Sim. Quem escreve esta coluna é um vascaíno. Que sabe separar o emocional do profissional. Mas, ainda assim, um vascaíno.
Em meio às lágrimas, desde a angustiante notícia até o encerramento de um dos expedientes mais dolorosos em minha carreira de jornalista. E lá se vão quase 15 anos. Já vi (e vivi) muita coisa! Mas esse domingo… não, não foi fácil.
Falar de Roberto Dinamite é falar de uma referência enorme para seus fãs que carregam a Cruz de Malta no peito. Um herói que vestia branco, preto… ah, isso é ser Vasco!
Afinal, Roberto era muito Vasco. E o Vasco era Roberto. Uma simbiose perfeita!
![](http://jogada10.com.br/wp-content/uploads/2023/01/Roberto-Dimanite-Vasco-Divulgacao-CBF.jpeg)
Foi a partir dele que o clube de São Januário, que abriu as portas do futebol para os negros e lutou como nenhum outro pelas causas sociais no esporte, arrancou para seus quatro títulos de Campeonato Brasileiro.
Artilheiro nato, ‘Bob’ fez o meu pai se alegrar com o time da Colina até um dia me levar, ainda criança, para um jogo do Vasco. E eu respondi ao chamado. Trilhei o mesmo rumo, e o sentimento de lá pra cá se recusou a parar.
Mesmo diante dos rebaixamentos que tanto machucaram os corações cruz-maltinos, a dor deste domingo (8/1/2023) ultrapassou limites. E ainda será insuportável por um bom tempo.
Último papo com Roberto
Roberto e eu não nos falávamos desde fevereiro de 2021, quando ele me deu uma entrevista de mais de duas horas. Era véspera da última rodada do Brasileirão-2020, e o Vasco precisava vencer o Corinthians, em Itaquera, para permanecer na Série A.
Pois bem. Roberto me contou com riqueza de detalhes (e ele adorava uma boa conversa!) que esteve no CT do Almirante para almoçar com o elenco então comandado por Vanderlei Luxemburgo antes da viagem para São Paulo. Ele me revelou as palavras que disse a Cano, então centroavante da equipe.
Mas só me falou depois de mencionar sua frase preferida a cada entrevista: “Sempre estarei à disposição do Vasco”.
É verdade que o maior ídolo do Cruz-Maltino passou por desprazeres na política do clube. E que deixaram marcas. Entretanto, sua vida e carreira falam por si só. Prova de que nenhum de seus recordes (e são muitos!) definem o tamanho incomparável de Roberto.
Não quero falar das injustiças às quais ele sofreu na Seleção Brasileira e no Barcelona. Meu colega colunista de Jogada10 e ex-professor da faculdade, Roberto Assaf, já o fez. E com a competência habitual.
O Vasco declarou o seu amor eterno à Bob Dinamite, nomeando-o como “O Maior de Todos”.
Sim, o Maior de Todos será eterno. Assim como o seu legado. Como disse muito bem o clube, a influência em gerações que acompanham o futebol há décadas e chegou a batizar nomes de torcedores é infinita (…)
Obrigado por tudo, Roberto. Nós te amamos. Para sempre.
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