Não se trata de pessimismo. Mas da realidade. Paulo Sousa, que largou a seleção da Polônia por um provável caminhão de dinheiro, vai encontrar o futebol do Flamengo em cacarecos. Há jogadores em fim de carreira, outros que terão dificuldade para obter a recuperação, e pior, a turma que vem da base não tem bola para titular, ou seja, não existem peças de reposição.

O treinador português tem uma única vantagem. Não deve ter problema para adaptação, pois viveu em 10 países diferentes, da Alemanha à China, passando por Grécia e Israel, mesmo que o Brasil, notadamente o Rio de Janeiro, seja para profissionais.

Mesmo assim, e não se trata de ser bruxo, Sousa terá problemas. E sua vida por aqui será ainda mais curta que a do antecessor. Ele deixará o cargo ao fim de abril, quando terminarem os três primeiros compromissos do Flamengo na fase de grupos da Copa Libertadores, assim que o Flamengo for eliminado.

É uma previsão até otimista, pois é provável até que isso ocorra durante o Estadual, caso o Rubro-Negro perca definitivamente a oportunidade de ganhar o tetra, o que também deverá ocorrer, pois não haverá, até lá, tempo para reconstruir o desastre provocado por Renato Gaúcho e a diretoria que o contratou e o manteve até a intolerável derrota para o Palmeiras.

Paulo Sousa é um bom treinador, que utiliza com alguma propriedade a experiência que adquiriu nos tempos de jogador. Nada além disso. A seleção da Polônia que disputou a Eurocopa de 2016, dirigida por Adam Nawalka, era bem melhor que a atual, em todos os aspectos. Mas antes do fim dos quatro meses que ficará no Rio, levando-se em conta apenas o futebol, já terá se arrependido da troca que fez.

Ninguém casa pensando em separação. Mas este enlace está fadado – sem trocadilho – ao fracasso. Vocês sessentões, ainda lembram da musiquinha? “Mas Cabral sentiu no peito / uma saudade sem jeito / volto já prá Portugal / quero ir pela Varig”. A Varig não existe mais. Mas Sousa logo logo estará cantando a melodia do velho reclame da TV, ora pois.

*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10.

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