O Brasil, nas últimas décadas, foi celeiro de grandes laterais: Cafú, Maicon, Jorginho, Leandro, Carlos Alberto Torres, Roberto Carlos, Marcelo, Júnior, Serginho, Felipe, Branco, Júnior, Marinho Chagas… Antes, lá nos primórdios, tivemos, principalmente, Djalma Santos e Nilton Santos. A posição que era referência no país, no entanto, tornou-se pária. Afinal, nas categorias de base e nas peneiras sobram vagas para a função. Os torneios inferiores já não revelam quase ninguém. Até ser goleiro, onde não nasce grama, é mais aceitável para a meninada.

E a escassez não é exclusividade da Seleção. A prova está na falta de grandes nomes nesta Copa do Mundo. Talvez Alexander-Arnold, da Inglaterra, e João Cancelo, de Portugal, sejam os únicos jogadores que tenham alguma relevância. Nas demais favoritas, França, Espanha e Argentina, apenas opções medianas. Aliás, há anos estas potências não revelam craques para o setor. Algumas, para ser mais exato, em nenhum momento.

A verdade é que a figura do lateral está cada vez mais obsoleta. São jogadores discretos, com pouco protagonismo ofensivo e com tarefas mais conservadoras. Os pontas são considerados as melhores opções agudas de ataque para furar as defesas adversárias. Em outras palavras, laterais criativos, velozes, explosivos e de chegada são artigos raros dentro das quatro linhas.

SELEÇÃO

Tite insiste muito no “lateral construtor”, jogador que busca a zona central para criar oportunidades e oferecer opção de passe. É o termo adequado, segundo o professor, para bancar Daniel Alves, convocação mais polêmica entre os 26 eleitos para representar a Seleção Brasileira no Qatar. Nem Danilo e tampouco Alex Sandro aparecem na linha de fundo, cruzando a bola para a área naquela região. O mesmo não se pode esperar de Militão, Alex Telles e nem do próprio veterano de 39 anos, como em Copas passadas.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10

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