Palmeiras e Flamengo, um a um. Tudo como dantes no quartel de abrantes.  Cá entre nós: não era decisão. Nunca foi. E é provável que Dorival Júnior também não acreditasse em título brasileiro, caso contrário não mandaria a campo um time praticamente reserva, impróprio para enfrentar o titular do Palmeiras na casa lotada do adversário. E não fez substituições até o adversário chegar ao empate, ou seja, 65 minutos com o que havia de melhor propositadamente no banco.

Houvesse o desejo de diminuir a diferença de pontos e o treinador não ficaria observando o baile verde, sem reagir, até que os paulistas conseguissem evitar o pior. Menos mal porque o Flamengo deixou de disputar o Brasileiro quando demorou a demitir o lunático Paulo Souza. Na prática, o próprio Dorival sabia que era quase impossível ganhar o campeonato. Mas errou ao não acreditar em mudar a situação, o que era, nas circunstâncias, uma obrigação.

Gustavo Gómez e Pablo brigam pela bola – Cesar Greco / Palmeiras

O Palmeiras tomou a iniciativa e foi buscando o jogo ofensivo, mas não obteve nada de positivo na primeira meia hora, quando o Flamengo, em lance esporádico, fez 1 a 0, na cabeçada de Vitor Hugo à esquerda de Weverton, após boa jogada de Ayrton Lucas. O goleiro falhou. Com a vantagem, a equipe carioca recuou, apostando em contra-ataques, e começou a incrível pressão verde atrás do empate. Pelo menos 15 minutos de bolas alçadas na área, sem muito critério, e igual quantidade de rebatidas. Como o Flamengo não acertou nenhuma saída veloz o suficiente para ameaçar, e quem sabe meter 2 a 0, o primeiro tempo terminou sem nada de novo.

Palmeiras empata

Não ocorreram mudanças no intervalo. E o Palmeiras retomou o jogo ofensivo, encurralando o Rubro-Negro, que oferecia o campo, como time pequeno, e ficava exposto aos sustos. Aos seis minutos, em raro contra-ataque, Lazaro desperdiçou grande oportunidade. O time paulista tinha a posse da bola e tentava criar as jogadas. Pablo, ao melhor estilo Manguito, quase entrega o empate. Aos 15, Rafael Veiga marcou, mas estava em posição irregular. Não valeu. Mas Dorival não mexia, para reforçar a marcação e dar opções no meio, e deixava a equipe da casa parecia mais próxima do gol. Mas, aos 20, Rafael Veiga bateu da intermediária à direita e igualou: 1 a 1.

Dorival muda

E o técnico do time carioca resolveu mudar, lançando Éverton Ribeiro e Pedro, aos 27, e o trio Arrascaeta, Vidal e Gabriel, aos 75. O Palmeiras também fez várias substituições e continuou no pique, pois a entrada tardia dos titulares da Gávea não foi suficiente. O Flamengo, sem muita inspiração, esbarrava com freqüência no adversário. E assim acabou: ótimo para os paulistas e péssimo para os cariocas. Na prática, mesmo que o Rubro-Negro ganhasse não haveria grande ameaça ao virtual campeão.

Olho vivo nas convocações

A direção do Flamengo terá que tomar providências em relação às convocações para os amistosos das seleções para setembro. Afinal, se a do Brasil levar dois jogadores para os emocionantes jogos na África, e a do Uruguai outros dois, Guillermo Varela e Arrascaeta, o Rubro-Negro ficará mutilado. A Celeste jogará dias 23 e 27 respectivamente o Irã e Canadá, em Viena, capital da Áustria. Ficará pelo menos 15 dias mobilizado para tal. Caso as seleções levarem quatro atletas, o Flamengo disputará partidas decisivas desfalcado, e será difícil manter a possibilidade de conquistar algum título.

*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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