Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, disse em entrevista na noite desta segunda-feira (21) à ESPN Brasil que conversou com o meia Gerson, do Flamengo, após a partida sobre o ato de injúria racial que o jogador afirma ter sofrido de Ramírez, meia do tricolor baiano, na partida entre as duas equipes, domingo, pelo Brasileirão.
“Foi uma conversa muito proveitosa. Disse ao Gerson que, para o Bahia, a voz da vítima é muito relevante, que respeitamos e estamos totalmente solidários a ele. E que vamos analisar as imagens e ver as eventuais punições e processos educativos. Nosso atleta afirma que não disse o que Gerson ouviu e isso nos obriga a uma apuração, pois temos a necessidade do contraditório e da defesa. Mas jamais a voz da vítima deixará de ter importância em uma situação tão grave quanto essa. Pedimos todas as imagens das TVs”, disse Bellintani, afirmando que conversou três vezes com Ramírez entre a noite de domingo e a tarde desta segunda-feira (21).
O mandatário lembrou que o clube tem conduzido temas contra a intolerância desde que ele assumiu o primeiro mandato, há três anos, construindo um modelo reativo de enfrentamento do problema.
“Esse é certamente o momento mais difícil desde que me tornei presidente. Afinal, o Bahia é exatamente o clube que mais luta contra a intolerância e logo um jogador nosso protagoniza uma situação dessas. Sabemos que o racismo não pode ter apenas o efeito punitivo, temos de ampliar a política antirracista no futebol e temos de seguir além. Um combate a médio e longo prazo, usando o futebol contra a intolerância”, disse.
Bellintani afirmou que, se isso tivesse de acontecer com algum clube, foi bom ter sido com o Bahia, uma agremiação que está preparada para o enfrentamento das questões de intolerância e que não caiu de paraquedas no assunto.
“Temos muito o que aprender, Mas dentro do clube temos membros do movimento negro e traremos mais entidades. Se ocorreu isso, haverá punições. Servirá como construção de um novo processo”, completou.
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