Mesmo sem jogar uma partida brilhante, sem a correria e a disputa obcecada sempre presente nos duelos do Campeonato Inglês – e em dia de futebol burocrático de Foden e Bernardo Silva – o Manchester City praticamente não teve trabalho para derrotar o Fluminense por 4 a 0 na decisão do Mundial de Clubes da Fifa, realizada na Arábia Saudita. O campeão contrariou pela 11ª vez consecutiva, o comentário dos otários que insistem em afirmar que o torneio “não vale nada para times da Europa”. O último vencedor além do continente foi o Corinthians, em 2012, ao ganhar do Chelsea por 1 a 0, gol do peruano Paolo Guerrero. Você lembra? Essa é uma das grandes bobagens, dita inadvertidamente por lorpas e pascácios só pretendem desvalorizar os clubes que não são da Europa, tirar-lhes a importância de suas presenças nessas finais.

Fluminense atrás desde o primeiro ataque

O Fluminense tomou um gol com menos de um minuto, o suficiente para abalar qualquer equipe, notadamente contra um gigante como o City. Aké bateu, Fábio desviou, o chute foi na trave e Álvarez empurrou para dentro. O Tricolor, na sequência, teve pelo menos 15 minutos de posse de bola, que não modificaram o placar, nem o estilo do time inglês, que permaneceu tranqüilo, e até demais, quase passivo, levando-se em conta a tremenda intensidade do futebol em seu país.

O curioso é que a estratégia habitual do Fluminense, eventualmente suicida, com trocas de passes em sua própria grande área, incluindo a participação do goleiro, não comprometeu. E o segundo gol do City só surgiu após ligação de Rodri com Foden, cuja finalização tocou em Nino. Dessa forma, traiu Fábio. A partir daí, a equipe azul de Manchester ficou à vontade, mantendo o Fluminense à distância.

Manchester City celebra a conquista inédia do Mundial de Clubes  – Foto: Giuseppe Cacace /AFP via Getty Images

Alterações na etapa final

Fernando Diniz precisaria arriscar muito mais para mudar o cenário. Pois o treinador substituiu Keno – efetivamente tímido – por John Kennedy. Um amuleto que dá, sem dúvida, maior movimentação ao ataque tricolor, o que teoricamente deixaria a equipe carioca mais ofensiva. Mas é fato que o Tricolor manteve o seu modelo tradicional. Até que 15 minutos, Diniz efetuou três modificações, lançando jovens – Alexsander, Diogo Barbosa e Lima – para sacar os veteranos. O objetivo, é claro, era ampliar a velocidade e a força física. Já Josep Guardiola pôs Kovacic no lugar de Lewis, para, ao contrário, cadenciar o ritmo.

O Fluminense começou a largar o estilo conservador, para tentar agredir, no bom sentido, é óbvio. Mas o City, gelado, como a Inglaterra, ficou esperando por um espaço, sem pressa. E, aparentemente sem interesse, enfiou mais um gol, após cruzamento de Alvarez e conclusão de Foden. Com 3 a 0, aos 72, o duelo não poderia mais oferecer surpresas. Mas, aos 43 da etapa final, o mesmo Álvarez – campeão mundial em 2022 com a Argentina – fechou o caixão.

Exagerado? Talvez. Difícil vencer esses caras? Claro. Mas é fato que o futebol brasileiro, país de Pelé, Garrincha e Didi, nos tempos atuais, em clubes e seleção, apanha e fica feliz. Canta e dança.

Blue Moon, you saw me standing alone…

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