Ok. Gabriel perdeu um pênalti e Vegetti duas chances incríveis no mesmo lance. Mas a impressão que se teve, no 0 a 0 do Clássico dos Milhões de hoje, é a de que o cenário de Flamengo e Vasco em 2024 será este. Como o samba. Agoniza mas não morre. Alguém sempre te socorre antes do suspiro derradeiro. O time da Gávea será o rei da costura, e o de São Januário viverá de erros adversários, ou seja, ambos ladram muito, mas não mordem.

O Vasco, com três zagueiros, entrou determinado a privilegiar a defesa, para apostar em contra-ataques, e o Flamengo, que marcava a saída do adversário, teve espaço para construir. Mas trocava passes em excesso, eventualmente com preciosismo, e errava praticamente todas as tentativas de entrar com bola e tudo, sem humildade em gol, e só criou uma possibilidade, em cabeçada de Arrascaeta para defesa de Léo Jardim.

Vasco e Flamengo empatam sem gols no Maracanã – Foto: Marcelo Cortes / CRF

De toques inúteis ao equilíbrio

Léo Pelé, que recebeu cartão amarelo com 40 segundos, e Jair, que foi substituído aos 10 minutos por Matheus Carvalho, ajudavam a enfraquecer a estratégia traçada pelos cruz-maltinos. Pois na metade da primeira etapa, o time de São Januário sentiu que o Rubro-Negro abusava do tempo desperdiçado, com toques inúteis, e passou a equilibrar.

Ameaçou na sua maior oportunidade até ali, com cabeçada de Vegetti, completando cruzamento de Lucas Piton. E que não entrou porque Léo Pereira tirou a bola, que já havia vencido Rossi, quase na linha de meta. Nos acréscimos, Fabrício Bruno, livre, de frente, testou na antiga geral.

Como no começo do jogo, o Flamengo voltou dominando, pois o Vasco, como já fizera, privilegiou a defesa. E a prática continuou: muitos toques para os lados, e nada de útil, no lado rubro-negro, e o adversário sonhando com um contra-ataque fatal. Que veio aos 13 minutos, quando Vegetti mais uma vez, perdeu o gol, agora em duas ocasiões consecutivas no mesmo lance, após falha grosseira de Rossi, no qual nem a própria sombra confia.

Seis por meia dúzia

O jogo até melhorou. Aos 21, Tite trocou Pedro e Éverton Cebolinha – peças nulas – por Gabriel e Bruno Henrique. E o Vasco lançou Rojas e Adson, para alcançar, trocando seis por meia dúzia, sem desfazer o trio de zagueiros, a suprema felicidade. A partida, aí, já voltou a ficar igual, no volume e na incompetência dos times em fazer gol. Aos 42, João Victor, sem necessidade, fez pênalti em Arrascaeta – calço sutil – revisado pelo VAR, e Gabriel cobrou para a defesa tranqüila de Léo Jardim. Na realidade, nenhum dos clubes teve muito para festejar.

E lá vamos nós mais uma vez com a pergunta que não quer calar. Qual é o planejamento do Flamengo a ser executado ao longo da maldita Copa América – 20 de junho a 14 de julho nas terras de Tio Sam? Afinal, não é tal torneio que levará um punhado de jogadores, brasileiros e estrangeiros ao longo das disputas do Brasileiro, Copa do Brasil e da Libertadores, e que poderá determinar o fracasso total do Rubro-Negro em 2024?

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