Esperança de tempos melhores, a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro passa por momentos conturbados. Depois dos detalhes do contrato serem revelados a público, ambas as partes discordam sobre os detalhes da negociação. De um lado, Ronaldo apresentou novas condições para concluir a aquisição. Do outro, conselheiros do clube celeste estão insatisfeitos com os termos do acordo.

Ronaldo pode não investir o prometido no Cruzeiro e até revender a SAF – Divulgação

Três meses após o ex-jogador assinar pré-acordo pela compra de 90% da SAF, as circunstâncias da negociação começam a ser esclarecidas agora. Entre deveres e obrigações de ambas as partes, o contrato é resumido em cinco tópicos.

O primeiro é a promessa de investimentos, a mais aguardada pelo torcedor cruzeirense. Após prometer investir R$ 400 milhões no clube nos próximos anos, Ronaldo tem a obrigação de aportar R$ 50 milhões no negócio. Os outros R$ 350 milhões serão derivados de receitas contabilizadas pela associação. Caso a SAF não alcance o número que foi estabelecido antes, a partir de 2022, o ex-jogador não tem a obrigatoriedade de investir o restante.

Em seguida vem a opção de recompra. Ronaldo pode obrigar a associação a recomprar a SAF pelo mesmo valor que ele tiver gastado na operação, caso entenda que não foram tomadas providências para reestruturar seu endividamento. O SAF terá de repassar 20% de suas receitas mensais e 50% de dividendos, para que a associação aplique esses recursos no pagamento das dívidas.

Além dos recursos que a SAF repassará, nos termos da lei, o Cruzeiro concordou em regularizar e vender três imóveis: a sede social do Barro Preto, a sede administrativa, no mesmo bairro, e a Sede Campestre.

O contrato também dispõe de seis condições suspensivas para proteger os interesses de Ronaldo na negociação. O empresário tem a possibilidade de ignorar qualquer deslize, total ou parcialmente, mas a opção pertence apenas a ele. Não há condições suspensivas que protejam interesses do Cruzeiro.

O contrato finaliza incluindo a transferência de todas as atividades relacionadas ao futebol e a exploração econômica de marcas e símbolos, mas não prevê nenhum pagamento adicional, a título de royalties ou similar para o Cruzeiro.

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