O técnico Maurício Barbieri trouxe a pauta após a derrota do Vasco para o Santos, no domingo. Afinal, ele mesmo lembrou que o termo “território hostil” é usado pelos torcedores para se referir a São Januário e está, inclusive, rabiscado em um dos muros externos do estádio. No entanto, com a sequência de resultados ruins, a pressão sobre os rivais costuma virar contra o próprio time. Diante do Peixe, os vascaínos entoaram praticamente todos os cantos e gritos utilizados no futebol. De ofensas ao treinador à cobrança por reforços.

Aliás, os três jogos sem vitória em casa já se aproximam da sequência de 2020, ano em que o clube foi rebaixamento pela última vez. Na ocasião, sob o comando do português Sá Pinto, a equipe somou dois empates e duas derrotas, o que contribuiu para colar no Z-4. Desta vez, há um agravante: o Vasco não marcou um gol sequer durante este jejum. A última vez que a rede balançou foi no 2 a 0 sobre o Bangu, em março.

“Está até escrito nos muros do estádio: “São Januário é um ambiente hostil”. E em alguns momentos o ambiente está mais hostil a nós mesmos que aos adversários. Mas só vamos reverter isso com resultados positivos. É manter o nosso foco, concentração e trabalho, naquilo que a gente pode fazer, que é buscar resultados positivos aqui dentro. E aí eu tenho certeza o ambiente vai voltar a nosso favor”, aposta Barbieri.

Torcida do Vasco criticou muito o time e o técnico na derrota para o Santos – Daniel Ramalho/Vasco

Alto investimento tira paciência

Uma das músicas indesejadas foi “não é mole, não, obrigação é ganhar no Caldeirão”. Em 2022, isso foi regra até a penúltima rodada. Afinal, o Vasco perdeu poucos pontos em seus domínios. Era claro que a torcida entendia as limitações da equipe e sabia de seu papel no auxílio do retorno à elite. Dessa vez, porém, com cerca de R$ 110 milhões investidos em contratações e um time mais competitivo, a paciência é curta.

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Para o treinador, apesar de defender as atuações do time, as críticas e xingamentos não são um problema. Ele deseja apenas que o torcedor entenda que as frustrações são similares no dia a dia do trabalho e que o grupo está incomodado com a falta de vitórias (já são cinco jogos).

“É uma cultura que se criou, e eu tenho a responsabilidade de fazer esse grupo render. Não é algo que vai me tirar o sono. Esse grito eu entendo, acho que ele é legítimo e traduz um sentimento, que é de frustração e compartilhado entre nós. Talvez ele (torcedor) responda de outra forma e a mim não cabe julgar, mas gostaria que entendesse que o sentimento aqui é o mesmo. E nós vamos fazer melhor nesta semana para reverter isso”, assegurou Barbieri.

Sequência negativa de 2020 em São Januário:

1 x 2 Atlético-GO – Brasileirão
0 x 0 Botafogo – Copa do Brasil
1 x 1 Red Bull Bragantino – Brasileirão
1 x 2 Corinthians – Brasileirão

Sequência negativa de 2023, até aqui, em São Januário:

16/3 – 0 x 0 ABC – Copa do Brasil
1/5 – 0 x 1 Bahia – Brasileirão
14/5- 0 x 1 Santos – Brasileirão

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