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Por onde andará o senhor John Charles Textor? Cuidando de seus negócios em Londres? Acompanhando o início de Jeffinho em Lyon? Comprando algum clube da Segunda Divisão da Bélgica em Bruxelas? Ou manobrando o seu jet ski na ensolarada Flórida? No Rio de Janeiro, nenhum sinal do parlapatão. Aliás, há tempos que o magnata norte-americano não coloca os seus pés no Estádio Nilton Santos ou no Espaço Lonier. Apertem os cintos, galera! O piloto sumiu de vez.

Sócio majoritário do Botafogo e dono de 90% do futebol do clube, o sagaz empresário aproveitou o início da lua de mel com a criação da SAF e conquistou a confiança de uma massa de torcedores carentes. Para tanto, bastou uma série de frases de efeito sem nenhum sentido. Midiático, assumiu os holofotes da transformação do modelo associativo para uma sociedade anônima, passou a opinar sobre tudo e terminou 2022 vendendo promessas ao vento. Na primeira crise de 2023, no entanto, largou o pino da granada nas mãos do técnico Luís Castro e saiu de cena.

Castro está perto de completar um ano à frente do time alvinegro – Vítor Silva/Botafogo

Castro, a despeito de críticas necessárias como treinador do Botafogo, não é o responsável pela falta de planejamento da SAF, de jogadores perdidos nesta janela de transferência, da venda de titulares, de expulsões e lesões durante o esvaziado Campeonato Carioca. O técnico português não mandou o time para a Inglaterra quando o elenco deveria estar com 15 dias de férias. Tampouco suspendeu a pré-temporada nos Estados Unidos para disputar o Estadual, com os titulares, sem estádio e no nono dia de treinamento no ano.

Textor/Castro… Sócios pero no mucho

Textor, por sua vez, é um paradoxo ambulante. Ao mesmo tempo que centraliza as decisões e dispensa um CEO para ajudá-lo a organizar a casa, evita abrir a boca quando deveria chamar para si a responsabilidade de uma declaração sobre o futuro do Glorioso. Assim, sobra para Castro, o boi de piranha, a tarefa de explicar-se a cada partida para não deixar o botafoguense totalmente no escuro. Deixá-lo aos leões e aos xingamentos nas arquibancadas resulta cômodo demais para os executivos da Eagle Holding.

Sem reforço, dono e estrutura, o Botafogo caminha trôpego em um 2023 de involução. Castro tem, sim, sua parcela de culpa. Afinal, a equipe penou diante de adversários insignificantes, como Portuguesa, Nova Iguaçu, Resende e Sergipe. No entanto, ao contar com uma mínima organização, como no segundo semestre de 2022, entregou algo. O  maior pecado é, portanto, de quem se omite.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10

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