O futebol é um esporte muito especial. Por vezes, nos presenteia com cenas inesquecíveis. A jogada de gênio, o chute do craque, o drible desconcertante, a chance inacreditavelmente perdida, a explosão do gol.

Goleiro do Liverpool e da seleção brasileira, Alisson viveu uma emoção completamente insólita. No último minuto de jogo, com o placar empatado em 1 a 1, foi à área do West Bromwich para marcar, de cabeça, em cobrança de escanteio, o gol da virada e da vitória, num resultado fundamental na luta do time por uma vaga na Liga dos Campeões da Europa.

A cabeçada foi de almanaque, num gol lindo, num momento sem igual. Mas tudo isso é pouco diante do turbilhão de emoções do goleiro, num daqueles presentes da vida. Alisson e toda a família passaram recentemente pela enorme dor da perda de seu José Agostinho Becker, pai do jogador, que morreu em fevereiro, aos 57 anos, afogado numa barragem na propriedade da família no Rio Grande do Sul.

Enquanto a bola tocava a rede e todo o time do Liverpool explodia, Alisson se lembrava do pai. Era para seu José Agostinho aquele golaço improvável, incrível, o primeiro de um goleiro com a histórica camisa do Liverpool. Foi muito mais do que lance da vitória, foi a catarse da virada no jogo da vida, a homenagem impensada, improvável e magnífica ao mais especial dos torcedores. Que gol lindo, Alisson!

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