O lateral-esquerdo Zinchenko vive período de aflição há pouco mais de dois anos. Isso porque ele nasceu na Ucrânia, país que está este mesmo período em guerra com a Rússia por questões territoriais. Atualmente, o jogador defende o Arsenal, da Inglaterra, mas revelou que se fosse necessário trocaria o futebol pelos campos de batalha. Em entrevista ao canal ‘BBC’, o atleta ainda frisou que passa grande preocupação, já que alguns amigos de sua infância estão em serviço militar.
“Acho que é uma resposta clara. Eu iria. E é difícil entender que recentemente estávamos na mesma escola, brincávamos no recreio ou no campo de futebol, e agora eles têm de defender o nosso país. Honestamente, é muito difícil aceitar isso, mas é o que é. Não podemos desistir”, detalhou Zinchenko.
O lateral-esquerdo, um os principais nomes da seleção da Ucrânia, ainda foi perguntado se mantém contato com jogadores russos com quem atuou. Ele expôs que conversou com alguns. Contudo, preferiu não opinar ou julgar algumas atitudes ou manifestações deles envolvendo a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Desde a invasão, poucos me enviaram mensagens de texto, e não posso culpá-los porque não é culpa deles. Não posso dizer a eles: ‘Pessoal, façam os protestos lá fora e todas essas coisas’, porque sei que eles podem ir para a prisão”, complementou o jogador ucraniano.
Ainda em um período anterior ao conflito, Zinchenko deu uma declaração impactante no fim de maio de 2022. No caso, nas vésperas do duelo contra a Escócia pela repescagem por uma vaga na Copa do Mundo do Qatar, que ocorreria no fim daquele ano.
Em entrevista coletiva, o lateral se emocionou e disse que caso tivessem êxito na missão, a classificação seria dedicada ao povo ucraniano.
“Todo ucraniano tem o sonho de parar a guerra. Eu conversei com muitas pessoas de diferentes países. Falei com crianças ucranianas, eles não entendem nada, mas dizem uma coisa: ‘Eu sonho que a guerra acabe’. No futebol, também temos um sonho. O sonho é ir à Copa do Mundo e dar essa emoção aos ucranianos neste momento difícil. Porque eles merecem”, desabafou o jogador.
A Ucrânia avançou no embate com a Escócia. Entretanto, no último confronto diante do País de Gales, foi superada e bateu na trave na missão de ir ao último Mundial.
A Ucrânia busca novas alternativas para conseguir resistir na difícil guerra com o seus país vizinho, a Rússia, por disputa territorial. Prova disso é que, nesta semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, assinou um projeto de lei que diminui a idade para convocação de cidadãos para o confronto. No caso, de 27 para 25 anos. Até aqui, segundo o governo local, mais de 30 mil ucranianos foram mortos durante o conflito.
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