Alemanha e Espanha, ameaçadas pela desclassificação na Copa, até que levaram a sério os seus compromissos na terceira rodada do Grupo E. Ambas fizeram 1 a 0 no começo dos jogos. Previsão de tédio por longo tempo. Engano. O futebol é espetacular. Quando a situação parecia resolvida, e repetindo a frase – no balanço das horas tudo pode mudar – o fim de tarde ficou bastante animado.
O Japão, que é o time da virada e do amor, fez 2 a 1. E a Costa Rica, após reviravoltas no placar, passou a sustentar o empate. Mas Kai Havertz, espécie de Pedro germânico, enfiou 3 a 2. E Füllkrug confirmou a vitória: 4 a 2. Inútil. Os 26 samurais continuam no Qatar. Já o 26 da Alemanha é outro. 2026. Qualquer exercício de futurologia, nessa Copa, pode representar um imenso equívoco.
Registro: a presença de uma mulher, Stephanie Frappart, em Alemanha x Costa Rica, entrou para a história, pois foi a primeira vez em 92 anos, que uma mulher dirigiu uma partida de Copa. E com duas auxiliares, a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Diaz Medina.
Marrocos e Canadá fizeram um duelo no mínimo animado no Grupo F. Os africanos mandaram no primeiro tempo, quando marcaram duas vezes, com Ziyech e Nesyri, e tomaram um gol acidental. Adekugbe cruzou rasteiro, Aguero desviou contra, e Bounou completou o serviço. E quem projetou um terceiro tento e uma vitória tranqüila de Marrocos, viu exatamente o contrário, pois o Canadá, sem mais nada a perder na Copa, foi todo para frente, e deixou o desfecho imprevisível, ameaçando em várias ocasiões. Mas os Leões de Atlas não conseguiam sair da defesa, pressionados cada vez mais, e começaram a julgar que o resultado era uma benção. Como foi. O Marrocos, que desde 1986 não chegava nas oitavas, terminou em primeiro lugar e invicto na chave.
Na outra partida do F, Croácia e Bélgica arrastaram-se no 0 a 0, placar excelente para os ex-iugoslavos, e péssimo para a adversário, talvez a maior mentira da Copa atual, desclassificada literalmente, frustrando todas as expectativas. O papo que rolou, de brigalhada no vestiário, tipo Blitz – eu dizia que era ela e ela dizia que era eu – mostrou a realidade nua e crua de uma geração que prometeu muito e que só ofereceu de positivo o fato de eliminar o Brasil em 2018. Roberto Martinez, o técnico espanhol do time, solicitou o boné.
Harakiri coletivo em Berlim.
*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10
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