Rômulo marca pela primeira vez pelo Galo e garante a vitória sobre o Internacional  – Foto: Pedro Souza/Atlético

O Galo ganhou. Cheio de desfalques, o Atlético venceu heroicamente o Internacional em Criciúma e saiu da neblina das últimas três pelejas sem êxito. Com um time mais uma vez muito mexido, Gabriel Milito contou com a base do clube literalmente para trazer três pontos para BH. Iniciaram contra o Colorado dois jovens formados no Galo: o goleiro Matheus Mendes (25) e o atacante Cadu (20), ambos decisivos no jogo. O último fez o gol inicial e deu lugar a Rômulo (20), zagueiro também da base, que fez o tento da vitória por 2 a 1 no Heriberto Hülse. Em síntese: três jovens da base e três pontos para o Atlético fora de casa.
Mas isso todos viram. O que temos a acrescentar nesse importante espaço é ressaltar que um dia antes, na avalanche temporal de extremos, o sub-20 do Galo havia sido goleado pelo Cruzeiro por 4 a 0 no Brasileirão da categoria. Com isso, a pressão de perder para um rival, conjugada ao sucateamento histórico da base do Atlético desde os anos 90, levaram o torcedor a estar ainda mais verborrágico e “xingador” ao ver a escalação do time.

“Esta base é um lixo, não rende nada”.

Há muita razão na ira do torcedor. Acontece, que de forma análoga às fundações nas construções ou ao saneamento básico das cidades, o que sustenta tudo não se vê trabalhar, está abaixo da cota de holofotes.

A base do Galo

Estrategicamente, cuidado com a base geralmente não faz o dono desse “carinhoso” trabalho colher os frutos, logo não gera “votos” ou louros. Leva tempo. É mais fácil asfaltar com esgoto a céu aberto. O asfalto é “bonito” tem cheiro de progresso, mesmo se doença houver. Quase ninguém quer trabalhar para o outro colher no pomar. Em Minas Gerais, um famoso político fazia isso.

“Manda asfaltar lá. Esgoto depois a gente vê”

Desta forma, as bases, como a do Galo, muitos anos ficaram para trás na evolução e o recomeçar leva tempo para a colheita. Há que segurar na mão de Deus e seguir com fé. Optaram muitas vezes por ações mais fáceis, o domínio de empresários no processo tiraram a qualidade e geraram números grandiosos e inconsistentes. Aí, na hora que precisou buscar lá, não tinha, não havia nada a colher.
Com o advento de uma administração mais científica, com perenidade e perspectiva, as convicções de trabalhar a iniciação, com princípios do futsal, a partir dos sete anos, em vez do “miojo” do pré-pronto, podem dar ao Atlético colheitas boas daqui a pouco.
Porém, há que ter certeza do hoje, convicção no processo, maturidade e amor ao clube abnegadamente por um simples motivo: base precisa de processo. Os personagens podem mudar, mas no plantio é preciso deixar claro que a colheita demora, mas cria identidade consistente e que pouco importa quem estará lá. Mas que haja DNA da forma, o genoma do Galo que precisa ter seu QR Code lido.

 Base é como saneamento

Base é como saneamento básico. Evita doenças (dívidas) para os seus. Base não tem aparência de contratações estrondosas, parece não fazer diferença alguma, mas uma hora, quando solicitada, ela revela a dignidade e onde o clube pode se suportar.
Base é o caminho mais geométrico de trabalhar projetos de sustentabilidade para o futebol. Não tem para onde correr! Base é tempo, fundação, saneamento básico, mas aparentemente, ninguém vê. Enfim, base é para quem pensa no lá.

Galo, som, sol e sal é fundamental!

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