A situação de Andrey no Vasco caminha para se tornar insustentável. Afinal, além de um desempenho bastante discreto após o empréstimo do Chelsea, o meio-campo cobra a dívída por sua venda através de seus advogados. Inclusive, a expectativa é a de que entrem com quatro processos contra o clube nesta sexta-feira. De quebra, isso tudo ocorreu enquanto o jogador está com a Seleção no Mundial Sub-20 e pode só pisar em São Januário novamente daqui a 25 dias, caso o Brasil chegue à final da competição.

E a repercussão do imbróglio entre os torcedores foi a pior possível (veja os tweets abaixo). Andrey já vinha sendo criticado por estar longe da promessa de craque que se tornou em 2022. Havia pedidos para que fosse barrado do time titular, mas o acordo entre Vasco e os ingleses prevê que ele precisava ser utilizado na Série A, para acumular pontos que lhe garantissem o visto de trabalho para jogar na Premier League.

No clube carioca, há a convicção de que a stituação poderia ter sido melhor resolvida e, se necessário, exposta após a saída definitiva, no início de julho. Dessa forma, a volta de Andrey para a disputa de mais alguns jogos do Brasileirão parece muito improvável, por conta do clima instalado. O Jogada10 falou com duas pessoas ligadas à diretoria e o cenário é o seguinte: se o time estiver bem, não fará sentido escalá-lo para duas ou três partidas; se estiver mal, o peso da situação extracampo vai ser ainda maior e pode impactar negativamente.

Andrey estreia no Mundial Sub-20 no domingo, contra a Itália – Rafael Ribeiro/CBF

Enquanto isso, Andrey trabalha com a Seleção sub-20 e dá entrevistas sobre seus planos para o futuro, seu foco para chegar à essa condição e até sobre o próprio Vasco, sugerindo o atual time como candidato ao título brasileiro ao lado de Fluminense e Palmeiras, ao canal do ex-jogador Zico. Além disso, defendeu com afinco o técnico Maurício Barbieri, em papo com o radialista Wellington Campos, na Granja Comary.

SAF do Vasco alega falta de fluxo de caixa

O Vasco não nega a dívida com os representantes de Andrey. São R$ 12 milhões referentes aos 30% dos direitos econômicos que o jogador possuía sobre a negociação. Este valor foi redistribuído para a contratação por empréstimo, mas a SAF não quitou as parcelas em março e abril. A diretoria alega uma limitação de fluxo de caixa, já que a arrecadação com receitas não alcançou as expectativas no primeiro semestre. A eliminação da equipe na segunda fase da Copa do Brasil tem ligação direta com o fato.

Além disso, a 777 Partners trabalha com aportes agendados de acordo com o que está previsto no contrato da compra das ações do futebol do clube. Portanto, os próximos R$ 120 milhões só serão investidos em setembro. Até lá, o Vasco sobrevive com o orçamento padronizado para a folha salarial e com o resquício da própria venda de Andrey para contratações pontuais na reabertura da janela de julho.

“Isso nos leva a questionar a própria estrutura das SAFs, e o risco de tradicionais clubes brasileiros ficarem nas mãos de grupos estrangeiros sem qualquer garantia de que obrigações financeiras sejam cumpridas. É o novo modelo (SAF), mas a velha falta de gestão de sempre”, criticou o advogado André Ribeiro, porta-voz do caso, ao ‘ge’.

Time titular sem Andrey

Sem uma de suas principais referências e ainda sem novos reforços, a equipe de Maurício Barbieri se ajusta como é possível. Contra o Santos, o primeiro jogo sem Andrey, o Vasco teve essencialmente Barros na função que foi ocupada diversas vezes pelo prodígio. Jair recuou para iniciar a saída de bola e Galarza tentava se aproximar mais dos atacantes. Desta vez, Rodrigo ficou no banco.

Já diante do São Paulo, no próximo sábado, a tendência é que Rodrigo volte ao time titular, já que a partida é no Morumbi e o Vasco sabe que vai ter que conter a ofensividade do adversário, que vive boa fase e não perde há oito partidas, desde que Dorival Júnior assumiu. Além dele, Jair é peça certa e a dúvida fica por conta do outro integrante do meio de campo. Afinal, a pressão pela escalação de Luca Orellano é grande, mas o argentino não está acostumado a cumprir funções táticas. A tendência é que Barros, Galarza e Figueiredo disputem a posição.

Outras alternativas poderiam ser o recém-contratado Mateus Carvalho, que veio do Náutico, e até mesmo Zé Gabriel. O volante, ex-Inter, no entanto, já não é relacionado para uma partida há mais de três meses e deve estar na barca de meio de ano.

Principais opções do Vasco para substituir Andrey

Galarza • vem sendo explorado por Barbieri mais adiantado, mas já foi primeiro volante
Figueiredo
• atacante de origem, é versátil e já compôs o meio de campo na pré-temporada
Barros
• volante de 19 anos, foi bem em alguns jogos Carioca e voltou a ser titular contra o Santos
Orellano • o argentino seria alternativa como meia de criação para uma formação mais ofensiva
Carabajal • outro hermano, já jogou de meia e volante em outros clubes, mas foi mal no início no Vasco

Os tocedores do Vasco desabafam, nas redes sociais, de forma muito parecida. Entende-se que deve culpar a SAF, mas lamenta que Andrey não tenha tido a perfomance esperada. Naturalmente, especulam que a cabeça do jogador não estava 100% nos objetivos do clube. “Mais ajudou do que atrapalhou” e “O Vasco tem que seguir sem ele”, dizem alguns posts no Twitter e em fóruns de sites.

Ele fez 10 jogos desde fevereiro e marcou um gol, na estreia do Brasileirão, contra o Atlético, no Mineirão. Neste período, ainda foi convocado para a Seleção principal e foi titular no amistoso contra o Marrocos. Esse duelo teve o comando de Ramon Menezes, técnico do sub-20.

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