A Inglaterra chega à Copa do Mundo como candidata ao título, mas também como promessa de ser uma pedra no sapato na organização do Mundial. O English Team puxa a fila de equipes dispostas a usar a competição para falar sobre questões de direitos humanos. A FIFA, por sua vez, desestimula estes posicionamentos por não querer atritos com o governo do Qatar.

O país-sede da Copa é conhecido por não respeitar direitos de minorias sociais, o que repercute muito mal no Ocidente. Dessa forma, a Inglaterra se junta a países como Alemanha, Holanda, Dinamarca e País de Gales para protestar. Embora corram o risco de punições, os ingleses não abrem mão de se posicionar.

Capitão, Harry Kane jogará com braçadeira nas cores do arco-íris – Michael Regan/Getty Images

“Agora, recebemos esse tipo de pergunta mais do que nunca. Pusemos um alvo nas nossas próprias costas porque lidamos razoavelmente bem com algumas questões bem pesadas. Mas a verdade é que poucos de nós estudaram na universidade, então tentamos nos informar sobre tudo da melhor forma possível”, diz o técnico inglês, Gareth Southgate.

O capitão do English Team, Harry Kane, entrará em campo na estreia, contra o Irã, nesta segunda-feira (21), com uma braçadeira de capitão nas cores do arco-íris. É uma referência à bandeira da comunidade LGBTQIAP+, iniciativa da fundação One Love. A FIFA, por sua vez, estabeleceu sua própria linha de braçadeiras, apoiando diferentes campanhas. Mas nenhuma cita os direitos dos homossexuais.

Jogadores se envolvem diretamente na causa

E não é só nas coletivas ou durante os jogos que a Inglaterra faz questão de manter essa imagem. Assim que chegou ao Qatar, no começo da semana, os jogadores fizeram uma pelada com trabalhadores imigrantes em Al-Wakrah. Estes trabalhadores, em sua maioria, são vítima de más condições de vida, mais um fato que mancha a imagem qatari no exterior.

De fato, a origem desse posicionamento foi sentido na pele pelo time diversas vezes, nos últimos anos. Na final da Eurocopa, ano passado, Jadon Sancho, Bukayo Saka e Marcus Rashford perderam pênaltis na derrota para a Itália. Todos são negros e sofreram, imediatamente, uma chuva de injúrias raciais na internet.

Southgate, que na época chamou os atos de “ultrajantes”, garantiu que o posicionamento não desviará o foco da luta pelo bicampeonato mundial:

“Meu trabalho é liderar os jogadores da melhor maneira, mas também protegê-los, garantir que se concentrem. Portanto, não evitaremos perguntas sobre questões de direitos humanos no Qatar, por exemplo. Mas também temos que estar conscientes do quanto isso pode nos afetar. E garantir que isso não nos desgaste, nem tire o foco do nosso objetivo”.

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