A Inglaterra chega à Copa do Mundo como candidata ao título, mas também como promessa de ser uma pedra no sapato na organização do Mundial. O English Team puxa a fila de equipes dispostas a usar a competição para falar sobre questões de direitos humanos. A FIFA, por sua vez, desestimula estes posicionamentos por não querer atritos com o governo do Qatar.
O país-sede da Copa é conhecido por não respeitar direitos de minorias sociais, o que repercute muito mal no Ocidente. Dessa forma, a Inglaterra se junta a países como Alemanha, Holanda, Dinamarca e País de Gales para protestar. Embora corram o risco de punições, os ingleses não abrem mão de se posicionar.
“Agora, recebemos esse tipo de pergunta mais do que nunca. Pusemos um alvo nas nossas próprias costas porque lidamos razoavelmente bem com algumas questões bem pesadas. Mas a verdade é que poucos de nós estudaram na universidade, então tentamos nos informar sobre tudo da melhor forma possível”, diz o técnico inglês, Gareth Southgate.
O capitão do English Team, Harry Kane, entrará em campo na estreia, contra o Irã, nesta segunda-feira (21), com uma braçadeira de capitão nas cores do arco-íris. É uma referência à bandeira da comunidade LGBTQIAP+, iniciativa da fundação One Love. A FIFA, por sua vez, estabeleceu sua própria linha de braçadeiras, apoiando diferentes campanhas. Mas nenhuma cita os direitos dos homossexuais.
Jogadores se envolvem diretamente na causa
E não é só nas coletivas ou durante os jogos que a Inglaterra faz questão de manter essa imagem. Assim que chegou ao Qatar, no começo da semana, os jogadores fizeram uma pelada com trabalhadores imigrantes em Al-Wakrah. Estes trabalhadores, em sua maioria, são vítima de más condições de vida, mais um fato que mancha a imagem qatari no exterior.
De fato, a origem desse posicionamento foi sentido na pele pelo time diversas vezes, nos últimos anos. Na final da Eurocopa, ano passado, Jadon Sancho, Bukayo Saka e Marcus Rashford perderam pênaltis na derrota para a Itália. Todos são negros e sofreram, imediatamente, uma chuva de injúrias raciais na internet.
Southgate, que na época chamou os atos de “ultrajantes”, garantiu que o posicionamento não desviará o foco da luta pelo bicampeonato mundial:
“Meu trabalho é liderar os jogadores da melhor maneira, mas também protegê-los, garantir que se concentrem. Portanto, não evitaremos perguntas sobre questões de direitos humanos no Qatar, por exemplo. Mas também temos que estar conscientes do quanto isso pode nos afetar. E garantir que isso não nos desgaste, nem tire o foco do nosso objetivo”.
Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.
Comentários