Jefferson Rodrigues

Ganso, Marcelo e a torcida que quer mudar a escalação do time

Vou começar o texto de hoje já dizendo que sou defensor de Paulo Henrique Ganso. Assim como o corpo humano, um time de futebol não funciona sem um cérebro. E o jogador cerebral do time do Fluminense é Paulo Henrique Ganso. Dito isso, vamos aos acontecimentos do clássico contra o Botafogo no domingo passado.

O Fluminense começou o jogo disperso. Abusando além da conta da saída de bola perto do gol. Parecia acreditar que era senhor da partida e resolveria o jogo com muita facilidade. Mas esqueceu que do outro lado estava o líder do Campeonato Brasileiro, time que fez a melhor campanha de um primeiro turno na história e que tem um contra-ataque perigosíssimo.

– Marcelo Gonçalves / FFC

A escalação com André e Ganso no meio, e John Kennedy no ataque não surtiu o efeito esperado por Fernando Diniz. O Fluminense não conseguiu pressionar a saída de bola do Botafogo e, por mais que, Arias e Keno fechassem uma linha de quatro jogadores com Ganso e André, o meio de campo não era consistente e deixava espaços.

Torcida espera que Ganso seja um diferencial

O Botafogo se criou ali e com duas saídas rápidas muito bem feitas marcou seus dois gols em apenas três minutos. Foi o suficiente para a torcida eleger seu algo: Ganso. O camisa 10 estava discreto na partida, como toda a equipe que andava em campo. Mas a torcida do Fluminense parece esperar mais de Ganso do que dos demais. Até pela sua genialidade. Só que a mesma torcida também parece não entender a importância de Ganso em campo e a sua forma de ditar o ritmo do jogo com passes, sem precisar correr 12 quilômetros por jogo. Ganso faz a bola correr.

Na parada técnica na metade do primeiro tempo, Diniz tirou Marlon para colocar Alexsander. Equilibrou o meio de campo, recuou André e o Fluminense passou a criar oportunidades e perigo ao gol Alvinegro. Ganso começou a aparecer no jogo e quebrar a linha do meio de campo do Botafogo com passes. E o Fluminense poderia ter ao menos descontado o placar até o fim do primeiro tempo. Não conseguiu e Ganso acabou substituído no intervalo – no meu entendimento poupado por Diniz para que a torcida não o elegesse mais uma vez como culpado.

No segundo tempo, com Lima no lugar de Ganso, o Fluminense trocou cérebro por perna. Correu, lutou, brigou, mas… como se imaginava não criou. Numa cartada final, Diniz tentou colocar Marcelo e, depois, Arias como armadores no meio e também não funcionaram. Alíás, Arias teve mais uma partida abaixo da média e vem em queda vertiginosa de rendimento.

Um problema para o Fluminense

A relação conturbada da torcida com Ganso é um enorme problema para o Fluminense a 20 dias do jogo mais importante dos últimos 15 anos do clube. O camisa 10 é fundamental para que o time de Fernando Diniz funcione. Quando ele vai bem, o time cresce exponencialmente. E o Fluminense depende de sua capacidade de encontrar espaços para criar oportunidades. Diniz tem tempo e o elenco na mão, mas já não conta com a paciência da torcida com Ganso. É importante que as partes selem a paz para o Fluminense ter tranquilidade na preparação pra a final contra o Boca no dia 04 de novembro.

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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