A um mês da grande decisão da Libertadores, Palmeiras e Flamengo passam por momentos opostos. Depois da eliminação para o Athletico-PR na semifinal da Copa do Brasil, o clima é pesado e o tom de cobranças à comissão técnica liderada por Renato Gaúcho e ao departamento médico só tende a aumentar. Fora o rendimento coletivo abaixo do esperado, preocupa o fato de alguns medalhões do elenco constantemente se tornarem desfalques por lesão.
Em que pese ao treinador ser confrontado, o Rubro-Negro convive com a decepção de não perseguir de perto o Atlético-MG no Brasileirão depois de tropeços perante adversários com plantel tecnicamente inferior. Não bastasse, antes ainda, o rebuliço na troca de comando, com a chegada de Renato como a solução para o futebol sem espetáculo, apesar dos bons resultados com Rogério Ceni.
Conexão feita, e vemos o Palmeiras emplacando uma série de três vitórias (Internacional, Ceará e Sport) pela primeira vez nos últimos três meses. Criou-se um ambiente mais controlado, pouco tempo depois de o clube ter as paredes de sua sede social pichadas, com ameaças a alguns atletas e ao técnico Abel Ferreira e diretoria, todos pressionados pela então má fase.
A retomada do futebol competitivo atenua a queda precoce na Copa do Brasil ainda nas oitavas para o CRB, da Segunda Divisão, e a dura realidade de que não é mais possível fazer frente ao Atlético-MG, líder disparado do Brasileirão. O foco passou a ser nos ajustes para a final continental.
Se o favoritismo competia anteriormente ao Flamengo, tudo mudou no curto intervalo de um mês. Na definição dos finalistas, em setembro, o discurso era uniforme: os cariocas estavam um degrau acima. Ao time paulista, restava a esperança de se superar a exemplo do ocorrido com o Galo no jogo da classificação no Mineirão, quando a estratégia foi pautada em anular o rival.
O cenário agora parece outro. Mesmo que o Flamengo conte com um elenco mais decisivo, do meio para frente, e completo, para eventuais reposições e mudanças de esquema, a verdade é que a qualidade individual dos rubro-negros já não consegue fazer substancial diferença, o que permitirá que o Palmeiras de Abel Ferreira, acostumado a se defender (e bem!), tenha condições de montar um esquema competitivo para o confronto de Montevidéu.
Até lá os jogos pelo Brasileiro servirão para Renato e Abel corrigirem falhas e testarem opções. É bem verdade que o panorama atual ainda pode mudar da água para o vinho. Mas é de comum entendimento que, na busca pela glória do tricampeonato, não haveria momento tão oportuno como o atual para o Palmeiras desafiar o seu mais recente e indigesto adversário.
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