Palmeiras e Flamengo confirmaram o cenário polarizado em 2022. O Fluminense viveu um momento de brilho, insuficiente, porém, para figurar como a terceira via da temporada brasileira. O Atlético Mineiro iniciou o ano com tudo, mas perdeu-se completamente e não trilhou o mesmo caminho de glórias de 2021. E o Internacional, última tentativa de romper o domínio de paulistas e cariocas, não reuniu forças para perseguir o time alviverde nos pontos corridos.
Findada a temporada, é hora da apuração. Ou melhor, de revisitar os torneios e apontar a grande equipe de 2022. Palmeiras, campeão brasileiro e paulista, ou Flamengo, rei das Copas do Brasil e da Libertadores? O Verdão leva este troféu simbólico, um pouco acima da margem de erro.
Vejamos!
Um título de liga demanda mais consistência e regularidade, dois atributos que, ao contrário do outro postulante, o Palmeiras teve de sobra em 2022. Inclusive, antes mesmo da primeira rodada do Brasileirão. Enquanto o Flamengo andava deslizando, o Palestra já tinha um trabalho em andamento. O time do técnico Abel Ferreira ganhou um Estadual (o mais difícil do país) com uma virada extraordinária sobre o São Paulo, algo que o Rubro-Negro não conseguiu diante do Fluminense, no clássico de volta.
EM DEFESA DOS PONTOS CORRIDOS
Apesar de não brindar tanto o público com aquele gol decisivo nos acréscimos ou viradas espetaculares em somente 90 minutos, as grandes ligas também produzem os seus heróis. Afinal, Pep Guardiola é considerado o melhor treinador do mundo pelos campeonatos de pontos corridos que conquistou na Espanha, Alemanha e, principalmente, na Inglaterra. Pep não ganha uma Champions há mais de uma década. O jejum diminuiu o seu tamanho/importância para o futebol?
Em resumo, o Palmeiras de Abel Ferreira venceu o Brasileirão-2022 com os pés nas costas, enfileirando recordes que não caberiam em uma coluna. Weverton, Gómez, Veiga, Scarpa, Dudu, Rony não são craques de nível de Seleção Brasileira, mas garantiram os seus nomes na história do chamado “campeonato mais difícil do mundo”. E isso não é pouca coisa.
TRÊS FRENTES COM FORÇA MÁXIMA ATÉ O FIM
Retomamos.
Líder do Brasileirão quase de ponta a ponta e sem nenhuma ameaça, o Palmeiras, em julho, chegou às quartas de final da Libertadores como a única equipe com 100% de aproveitamento: oito embates e oito vitórias. O Alviverde, contudo, não conseguiu vencer os quatros jogos seguintes e ficou pelo caminho. O Flamengo, naquela época, já performava com outro padrão, com Dorival Júnior extraindo o melhor de jogadores como Pedro e Everton Ribeiro, renegados por seu sucessor, Paulo Sousa.
Antes da Libertadores, o Flamengo faturou, nos pênaltis, a Copa do Brasil, outro torneio de mata-mata que o Palmeiras deixou escapar. Mais um ponto para os cariocas. Entretanto, faltou ao Rubro-Negro a cereja do bolo para desbancar o Palmeiras de vez. Não precisava ser o campeão nacional. Bastava apresentar um pouco mais de interesse no campeonato mais importante do país. A equipe carioca abandonou o Brasileirão e terminou a competição de forma melancólica, sua pior campanha desde 2017. Os paulistas, não. Disputaram as três frentes com força máxima.
COPAS? ESTOU AQUI!
Quem disse que o Palmeiras não foi bem nos confrontos eliminatórios? O Verdão bateu o Athletico-PR e garantiu, deste modo, a Recopa Sul-Americana. O Flamengo, por sua vez, caiu nas penalidades máximas para o Atlético-MG, na desnecessária edição da última Supercopa do Brasil.
E SE FOSSE NO PHOTOCHART?
A briga entre Palmeiras e Flamengo abre margem para discussões e diferentes pontos de vista, por isso, esta coluna aceita o contraditório e argumentos para colocar o Mais Querido à frente do Verdão.
Proponho, então, um novo critério de desempate. Um tira-teima entre os próprios protagonistas da temporada. Palmeiras e Flamengo empataram no Rio de Janeiro e em São Paulo. Antes dos duelos de 2022, qual havia sido o último encontro? Parece-me que em Montevidéu, não? E a história todos sabem.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10
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