Quem poderia dizer que um menino de apenas 18 anos, com menos de um ano de carreira profissional, poderia chegar a uma Copa do Mundo como esperança de um país? Esta é a realidade do atacante Garang Kuol, considerado um prodígio na Austrália, seleção que irá defender no Mundial do Qatar, onde chega como um dos jogadores mais jovens da competição.
Kuol nasceu no Egito, em setembro de 2004. Seus pais vêm do Sudão do Sul, país africano que há pouco obteve sua independência. Refugiados do conflito armado no país (ainda unificado na época), fugiram para o país vizinho e, um ano após o nascimento do menino, foram viver na Austrália. Segundo de cinco irmãos, Garang começou a jogar futebol num time semi-profissional de Shepparton, onde morava.
O talento do menino chamou logo a atenção do Central Coast Mariners, da primeira divisão. Foi à base do clube que ele chegou, com apenas 16 anos. Em dezembro do ano passado, veio a estreia como profissional. E, a partir daí, a ascensão foi meteórica: Kuol fez quatro gols em seus primeiros sete jogos com o time no Campeonato Australiano. Assim, foi convocado para o jogo das estrelas da A-League, contra o Barcelona. Jogou e impressionou.
“Esta é uma jornada em que todos estamos como se fôssemos uma família. Três anos atrás, minha mãe me levava para Melbourne a cada duas semanas. Eram duas horas de ida e duas horas de volta. Meus pais estão muito felizes por mim. Só me pedem para que eu faça o meu melhor e os deixe orgulhosos”, diz o menino, que ganhou sua primeira convocação em setembro.
Discurso de Kuol é de personalidade
O estilo de jogo de Garang Kuol tem tudo a ver com seu jeito de ser. Rápido, habilidoso, inteligente e insinuante, ele mostra isso também nas palavras. Foi essa iniciativa que o levou à seleção australiana para dois amistosos contra a Nova Zelândia. E, posteriormente, a chamada à Copa do Mundo o fez ser o jogador mais jovem a representar a Austrália em um Mundial.
“É tudo questão de confiar em si mesmo, ser implacável, ter essa mentalidade criativa, causar impacto. Essa experiência é muito emocionante para mim. Vejo a seleção há muito tempo e a Copa do Mundo é o maior de todos os palcos. Então, é onde quero me testar”, diz Kuol, que garante não estar intimidado de enfrentar grandes craques na Copa:
“Eu não diria intimidação. Acho que é emocionante imaginar o que você pode fazer contra grandes jogadores. Eu realmente não presto atenção no que é dito ao meu redor. Estou principalmente focado no que faço no campo, nos treinos e no jogo”.
Kuol deve começar no banco contra a França, campeã do mundo, nesta terça-feira (22). Mas o conto de fadas do menino de origem sudanesa já se tornou realidade. Mais uma história da Copa que pode ficar ainda maior. Afinal, para Garang Kuol, não existem limites.
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