Na Seleção Brasileira, o meia Raphael Veiga não poupou elogios ao novo técnico, Fernando Diniz. Hoje no Palmeiras, ele conhece o treinador ainda dos tempos de Audax e Athletico-PR, dois momentos diferentes da carreira. Anteriormente, ganhou dele a primeira chance como profissional, reencontrando-o uma década depois. De acordo com Veiga, Diniz foi decisivo em sua formação como atleta e como pessoa.

“Eu trabalhei com ele quando tinha 16 ou 17 anos, no Audax, depois no Athletico-PR. Acho que nós mudamos bastante desde então, especialmente eu, que hoje levo bem menos bronca. Não resumo a ajuda do Diniz a dentro de campo, pois ele sempre se preocupou com a pessoa fora do campo. Ele dispensa comentários e hoje eu sou um jogador de um homem muito melhor por causa dele”.

Raphael Veiga ainda aponta que a Seleção está bastante motivada com o desafio do novo treinador. Para o meia, a nova cara tática do treinador já é conhecida, o que faz com que assimilar as ideias de Diniz não seja assim tão complicado para o grupo de atletas, sobretudo os que atuam no Brasil.

“A atmosfera entre os jogadores é muito boa. A maioria se conhece e todo mundo tem desejo de mostrar e fazer acontecer, então todos estão pré-dispostos a aprender. É um estilo de jogo novo e diferente, então motiva todos a aprenderem, todos estão interessados. Acho que isso cria uma conexão muito boa, com essa vontade de ganhar, entre jogadores e comissão técnica”, disse.

Veiga destaca convivência e aprendizado com Diniz – Foto: Vitor Silva/CBF

Veja outros pontos da coletiva de Raphael Veiga:

Saída de bola a partir da defesa

“É prazeroso porque a gente fica com a bola. É claro que, para quem assiste, parece que estamos correndo risco, mas é muito bem treinado. Quando eu estava no Athletico, ele falava que era uma ‘bagunça organizada’. Então, com a gente que está acostumado a treinar, estar exposto a isso o tempo inteiro nos treinos, quando chega no jogo já se repete automaticamente e se torna algo natural”.

Jogadores do Brasil na Seleção

“Acho que o povo brasileiro continua torcendo e enchendo os estádios. Se jogamos um futebol bonito, eles gostam ainda mais. E, claro, com as vitórias. Quanto mais gente de times brasileiros, é melhor. Torço pra que, quando a gente jogue no Brasil, os estádios estejam sempre cheios. Jogar na Seleção é o ápice do futebol para qualquer menino que sonhou em ser jogador. Mas é claro que temos ambições aqui dentro e temos que dar nosso melhor para representar nosso país e fazer com que o Brasil vença”.

Reconexão com a torcida

“Não sei qual foi a última vez em que a Seleção jogou aqui. Então, só isso já é suficiente para o torcedor querer lotar o estádio, ainda mais nesse novo ciclo. Todo mundo está numa expectativa muito grande sobre o que o Diniz fará e como nós, jogadores, daremos o retorno. Isso será importante para reconectar o povo e a Seleção. Espero que a festa seja linda”.

Novidades por trabalhar com novo técnico

“Pelo que ele apresentou nos clubes, todo mundo tinha uma ideia da base de como ele jogava. Que é com mobilidade, com posse de bola, mas todo mundo tinha a curiosidade de saber como ele era como pessoa. E acho que todo mundo está gostando. Ele tem conseguido passar suas ideias, ele é um cara sensacional e tenho certeza que todos vão gostar muito do jeito e do estilo de jogo dele”.

Concorrência na posição

“Meu pensamento é fazer o melhor, de acordo com o que me pedirem. Independentemente dos minutos, de quem jogar, de onde entrar, acho que meu compromisso é comigo mesmo. Para que eu possa sair de cada treino e cada jogo com a consciência de que dei meu melhor”.

Poucos títulos de Diniz como técnico

“Acho que o desejo que ele tem de ganhar é a grande lição. Todo mundo irá escutá-lo porque todos o respeitam muito. Se ele está aqui, é porque tem méritos. E todo mundo tem muito a ensinar ao outro aqui. A ideia dele é nova e eu acho que é difícil achar, no mundo, um técnico que pense como ele. O Diniz tem ideias muito boas e tem tudo para ser um vencedor. Ele cria homens e não pensa só em resultados. Essa deve ser a maior vitória dele”.

Entrosamento com novos companheiros

Não será do dia para a noite. Esse entrosamento virá nos treinos e jogos, mas a gente se adapta facilmente. Aqui estão os melhores do Brasil, então não será difícil chegar a isso, mas apenas com treinamentos e a cada jogo.

Diferenças no estilo de Abel e Diniz

“Os dois são os melhores do Brasil, mas com ideias diferentes. Me adaptei bem ao Abel quando cheguei lá, aqui também foi fácil a adaptação, por já conhecer o trabalho. Estou com o Abel há três anos e já sei como ele joga, as variações e tudo mais. O Diniz também, mas precisamos de mais adaptações por eu estar em um padrão de três anos e vir aqui, muda um pouco. Mas nada é muito grande porque já conheço dele (Diniz)”.

Curiosidades com Diniz

“Uma vez, ainda no Athletico, a gente se desentendeu por causa de posicionamento, durante um treino. Eu fiquei bravo com ele, mas depois ele me ligou, à noite, disse que queria me encontrar. Eu falei que a gente conversava no dia seguinte, no treino, mas ele pediu para eu encontrá-lo. Fui à casa dele, o busquei de carro, ele foi me pedindo para virar aqui e ali… E me levou no psicólogo, cara (risos). Depois desse dia, eu continuei fazendo e tem sido muito bom e importante para mim.

Expectativa por convocação de Rony

“Ele tem esse desejo de retornar, com certeza. Ele também ficou assistindo à convocação, dessa vez não foi. Mas ele trabalha muito. Nós trabalhamos e ganhamos juntos no Athletico-PR, conquistamos a Sul-Americana. E ganhamos juntos no Palmeiras, então espero que ele possa seguir ajudando e que volte. Torço demais por ele”.

Sonho de jogar em 2026

“O caminho ainda é longo até a Copa, mas todo jogo é importante. E é cada passo, cada convocação, que fará com a que a gente continue voltando, cada vez mais”.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

Comentários