Foi um daqueles dias em que nada – absolutamente nada – dá certo. Seria absurdo afirmar que o Flamengo jogou mal, se arrastando, e que a vitória de 3 a 0 do Atlético foi mera consequência do futebol ruim do seu adversário. O problema é que o Atlético não é definitivamente desses que vem ao Maracanã para permanecer fechado. Não fica aguardando, quem sabe um dia, arriscar um contra-ataque. É um time de atletas experientes, que sabe jogar, e aproveitar o que o rival possa oferecer de pior. E assim o fez, marcando gols nos momentos certos, deixando, na sequência, o adversário sem soluções.

Efeito Pereira e Sampaoli

Não é hora de criticar ninguém. Mas não seria nenhum exagero ressaltar que as presenças de cartolas arrogantes, que largaram o time sob direção de dois alienígenas. Vitor Pereira – o maior equívoco da história do Flamengo – e de Jorge Sampaoli, um personagem inacreditável, autêntico rolling stone do futebol. Eles têm a grande parcela de culpa no desastre que foi a trajetória do clube da Gávea em 2023. Difícil corrigir erros de um ano inteiro em um mês.

Flamengo, com a derrota, dá adeus ao título – Foto: Gilvan de Souza / CRF

Logo aos sete minutos, após um breve cochilo – do fraquíssimo Mateuzinho e do sempre desatento Rossi, um Dominguez da atualidade – o Atlético abriu o placar e deixou o Flamengo, que não parecia mal, em palpos de aranha. O Rubro-Negro até que tentou o empate, mas o time de Minas passou a tocar a bola, gastando o tempo, fazendo o adversário correr atrás, e nada surgiu, para valer, além da cabeçada de Bruno Henrique, para defesa espetacular de Éverson, no canto esquerdo. O Atlético, na prática, estava à vontade, graças à vantagem obtida no – quase – gol relâmpago, e com um pouquinho mais de ousadia poderia ter até ampliado no contra-ataque ainda no primeiro tempo.

Galo mata no segundo tempo

A equipe visitante havia realizado duas trocas, por contusões, e o Flamengo voltou com 11, pois Wesley substituiu Mateuzinho. O problema é que Paulinho apanhou bola na intermediária e esticou para Edenílson, que não teve trabalho para enfiar 2 a 0. Aos oito, Tite tirou Thiago Maia e lançou Éverton Ribeiro. O Atlético recuou e pôs em prática uma das mais antigas estratégias do futebol, a de explorar o desespero, que tinha a bola, mas não criava oportunidades.

Várias mudanças ocorreram, mas o cenário era o mesmo, pois o Flamengo, apesar do punhado de atacantes, não encontrava o caminho do gol. E ainda havia a possibilidade de tomar mais um. Pois aos 36, quando a tragédia já estava consumada, em nova saída com velocidade, Pavón cruzou rasteiro para Rubens – ambos após dois minutos em campo – que empurrou para dentro: 3 a 0.

O resultado foi exagerado e de alguma forma serve como exemplo para o imponderável do futebol. E parece que abriu definitivamente o caminho para o Palmeiras ganhar sem muito esforço o bi brasileiro.

A propósito: mais três gols e Luiz Felipe Scolari teria igualado o saldo. Continua 7 a 1 para a Alemanha.

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