A frase do título desta coluna é a expressão de qualquer apaixonado por futebol depois de assistir à goleada do Fluminense sobre o River Plate, na noite de terça-feira (2/5) pela Copa Libertadores. Um 5 a 1 imponente e, que pouquíssimas vezes se viu em duelos entre clubes brasileiros e argentinos. Contra a dupla Boca e River, então, mais raro ainda. A maior goleada sofrida pelo River Plate em uma competição sul-americana confirmou o que vem se desenhando desde o último trimestre do ano passado: Fernando Diniz evoluiu como treinador e hoje é o melhor brasileiro em atividade na função.

Mailson
O Fluminense joga por música. Assim, se torna a mais perfeita tradução do Dinizismo – Mailson Santana

 

Mas deixando a empolgação da torcida de lado, o segredo desse Fluminense arrebatador e encantador é sempre um destaque nas entrevistas coletivas de Diniz. A leitura de jogo do treinador do Fluminense é sempre muito realista – tirando quando ele foca demais em arbitragem, mas são raras exceções.

Após o duelo pela terceira rodada da Libertadores,  a maior parte dos treinadores teria se gabado na coletiva. Falado em nó tático, que estudou o River há meses, que foi a maior atuação que já viu entre outras pérolas que já ouvimos muito. Diniz, não. Diniz enxergou e reconheceu a dificuldade que o Fluminense teve no primeiro tempo e o jogo equilibrado. E perigoso até a expulsão de Pires no meio da etapa final.

Dinizismo na veia!

A humildade do treinador e o respeito ao adversário – mesmo depois de abatido e massacrado em campo – mostram a forma como o time do Fluminense se porta quando atua. Diniz fez Fábio, de 41 anos, se desenvolver com o jogo com os pés. Faz Felipe Melo, de 39, evoluir a cada jogo como zagueiro e ser precioso na saída de bola rápida com lançamentos precisos. Também faz Ganso, de 33, recuar, armar, marcar… tudo sem perder seu talento genuíno em distribuir passes que nenhum meio campista brasileiro consegue hoje. Diniz faz Cano, de 35, ser uma máquina de gols como nunca o foi na carreira. Faz Marcelo, de 34, reencontrar a alegria de jogar livre em campo. E conta com o pulmão e o talento de jovens como Arias, Nino, Alexsander e André para dar o equilíbrio necessário.

Diniz faz o time funcionar coletivamente por acreditar no que ele prega para o futebol: um futebol bonito e prazeroso para todos dentro e fora de campo.

A vitória sobre o River Plate – ou o massacre, se preferirem – vai ficar para sempre na história e no imaginário do torcedor. Mas o maior legado que o Fluminense Fernando Diniz pode deixar são as lições de entrega, humildade e coletividade para que essas sejam replicadas pelo futebol brasileiro. Que o trabalho de Diniz seja longo e vitorioso, pois sempre haverá cobranças por vitórias  – não à toa é o mantra do treinador após os jogos.

O time a ser batido

Antes da partida, torcida, imprensa e adversários colocavam o Fluminense como um dos possíveis favoritos aos títulos mais importantes de 2023. Depois de ontem, o Fluminense vai ter de lidar com a pressão de ser o time a ser batido. O desafio aumenta. Mas esse time de Fernando Diniz parece querer provar a cada jogo que quanto maior o adversário maior a queda. O Dinizismo é realidade e faz a torcida do Flu sonhar!

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