As análises pós-jogo da derrota da Seleção Brasileira para Camarões cometem um erro essencial.
Elas afirmam que equipe reserva não funcionou contra Camarões e que o jogo afetou a confiança da seleção e foi inútil para dar ritmo de jogo aos reservas, pelo pouco que produziram.
A questão é que não existe uma equipe reserva do Brasil. E em, praticamente, nenhuma outra equipe do mundo. Um treinador, quando monta seu elenco, pensa num time-base e em suplentes que se encaixem e deem opções a esse bloco.
Ninguém pensa em uma segunda equipe. Os reservas não precisam se encaixar entre eles.
O que Tite fez, colocar só reservas, é uma excepcionalidade, para poupar os titulares de um jogo bruto e inútil. Nem Felipão, em 2002, foi tão radical.
O Brasil perdeu, mas de fato ganhou. Deu ritmo de jogo aos reservas, manteve o primeiro lugar no grupo e ainda evitou que seus titulares se machucados.
As lesões de Alex Telles e Gabriel Jesus mostram que o risco era grande.
Todas as seleções que pouparam os times principais, França, Espanha, Brasil e Portugal, perderam. Era um risco calculado.
Desses quatro, apenas a Espanha perdeu o primeiro lugar do grupo -e nem ficou tão chateada pois escapou do risco de enfrentar a Croácia nas oitavas-de-final e o Brasil nas quartas.
Se a Seleção Brasileira não se deixar levar pela esquizofrenia da imprensa esportiva, a única confiança que será abalada é a dos próprios analistas.
E todos sabem que basta uma boa vitória que o clima negativo mudará imediatamente pela euforia.
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